Imputação de Autoria e Participação em Organizações Criminosas
Gláucio Roberto Brittes de AraújoTambém
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Ficha técnica
Autor(es): Gláucio Roberto Brittes de Araújo
ISBN v. impressa: 978853629239-7
ISBN v. digital: 978853629355-4
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 494grs.
Número de páginas: 398
Publicado em: 18/12/2019
Área(s): Direito - Penal
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Sinopse
Depois de cuidar da criminalidade em grupo de maneira mais abalizada, distinguindo concurso eventual de pessoas, associações ilícitas e organizações criminosas, o acadêmico, o legislador e o aplicador da lei depararam-se com o desafio de estabelecer critérios objetivos para definir a “medida da culpabilidade” de cada indivíduo que estabelece relação com o fenômeno do crime organizado, tão dinâmico, complexo e preocupante para a “sociedade de risco”.
A presente obra busca reunir contributos da criminologia, como os conceitos de gregarismo, solidariedade e pertencimento, aos da dogmática, sempre à luz dos princípios penais vigentes e dos direitos fundamentais, para delinear uma escala de responsabilização que observe a gravidade e reprovabilidade objetiva da conduta individual em conformidade com a lesividade para o bem jurídico tutelado e os fins legítimos de política criminal.
Nessa empreitada, discorre, inicialmente, sobre a controvertida legitimidade da criminalização dos aportes para a formação e atividade das organizações criminosas e investiga os interesses dotados de referencial antropocêntrico e de raízes constitucionais, dignos de tutela penal.
Em seguida, traz sucinto escorço histórico sobre tais grupos para compreender o legado e características mais recentes, sobretudo daquele de maior destaque no Brasil, para delimitar ingerência penal eficiente e não simbólica, compatibilizando-a com as garantias essenciais do cidadão, e para identificar as diferentes formas de contribuição pessoal, especialmente quando se verificam células e atuação em rede.
Nesse sentido, o trabalho expõe estratégias da comunidade internacional e de outros países, em especial na seara legislativa, para, em seguida, propor exegese da Lei 12.850/2013 conforme os princípios da intervenção mínima, da culpabilidade e da proporcionalidade, que, inclusive, subverta a equiparação entre autoria e participação.
Ocupa-se, nesse ponto, das reflexões sobre os limites entre domínio da organização por aparato de poder, com reprimenda agravada, autoria mediata, imediata e coautoria, inclusive nos seus níveis intermediários, participação comum e de menor importância, conferindo-lhe conceito mais preciso, até porque determinante na redução da reprimenda, tanto em relação aos crimes fins como ao próprio delito de “organização criminosa”.
Debruçando-se ainda sobre o problema do concorrente externo, analisado desde a infiltração das máfias no tecido social, tangencia a zona limítrofe com as ações neutras. Finalmente, da concepção criminológica de membro extrai a qualidade (ou “papel social”) que, estabelecido paralelo com os delitos especiais, permita distinguir o autor do mero partícipe desse crime plurissubjetivo para que a ingerência penal sobre as organizações criminosas não seja indiscriminada, mas orientada sempre pelo respeito ao indivíduo.
Portanto, pretende-se fomentar reflexões relevantes sobre alguns aspectos do equilíbrio entre reação estatal eficiente ao crime organizado e observância das garantias básicas do cidadão.
Autor(es)
GLÁUCIO ROBERTO BRITTES DE ARAÚJO
Doutor em Direito Penal pela USP. Mestre em Direito Penal pela PUC/SP. Possui graduação em Direito pela USP e pós-graduação em Direito Público pela EPM. Professor da Escola Paulista da Magistratura. Professor Convidado da UNISANTA e da UNICSUL. Ministra aulas de Direito Penal e de Processo penal na pós-graduação da Escola Superior do Ministério Público e da PUC/ SP. Juiz de Direito Criminal e Formador da EPM. Foi Juiz instrutor no Supremo Tribunal Federal. Autor de diversos artigos, membro de comissões sobre projetos de lei e parecerista da Revista do CNJ.
Sumário
Introdução, p. 15
1 Gênese e História do Crime Organizado, p. 27
1.1 Teorias sobre a criminalidade em grupo, p. 27
1.2 Escorço histórico das organizações criminosas, p. 40
1.3 As máfias e o legado para as organizações criminosas, p. 50
1.4 Organizações criminosas no Brasil, p. 55
1.5 Estágio atual da criminalidade em grupo, p. 67
1.6 Necessidade e legitimidade da intervenção penal, p. 75
1.7 Perfil dos membros e colaboradores das organizações criminosas, p. 87
2 Organizações Criminosas e Bem Jurídico, p. 99
2.1 Histórico e crise da teoria da proteção do bem jurídico, p. 99
2.2 Segurança, sociedade de risco e Direito Penal de Guerra, p. 110
2.3 Bem jurídico na tipificação da organização criminosa, p. 118
3 Concurso de Pessoas e Organizações Criminosas, p. 135
3.1 Sistemas de concurso de pessoas, p. 135
3.2 Participação e suas formas, p. 150
3.3 Coautoria, participação necessária e organização criminosa, p. 155
3.4 Punibilidade da contribuição externa e limites, p. 159
3.5 Da participação de menor importância, p. 173
3.6 Concurso entre organizações criminosas e os seus delitos, p. 177
3.7 Do problema das ações neutras, p. 181
3.8 Critérios de distinção da ação neutra, p. 187
3.9 Modelos da transferência e da responsabilidade por fato próprio, p. 192
4 Domínio do Fato e da Organização, p. 199
4.1 Teorias e distinções fundamentais, p. 199
4.2 Domínio da organização, p. 217
4.3 Jurisprudência e tendências na aplicação da teoria, p. 222
4.4 Domínio e infração de dever nos delitos especiais, p. 243
4.5 Indução, autoria mediata ou coautoria nos níveis intermediários da organização, p. 253
5 Direito Comparado e Supranacional, p. 261
5.1 Principais instrumentos internacionais sobre crime organizado, p. 261
5.2 Autoria e participação no exterior, p. 268
5.3 O delito de organização criminosa nos sistemas estrangeiros, p. 282
6 Organizações Criminosas e Direito Brasileiro, p. 303
6.1 Crime organizado no Brasil, p. 303
6.2 Evolução da legislação sobre crime organizado e a Lei 12.850/2013, p. 308
6.3 Condutas típicas, responsabilidade individual e medida da culpabilidade, p. 315
6.4 Organização criminosa como crime autônomo, qualificação de delitos ou óbice a benefícios legais, p. 318
6.5 Autoria e participação na Lei 12.850/2013, p. 322
7 Reflexões Sobre Adequação da Intervenção Penal à Criminalidade Organizada, p. 325
7.1 Criminalidade organizada no Brasil e responsabilização individual, p. 325
7.2 Premissas e propostas para imputação individual legítima do delito de organização criminosa, p. 335
8 Conclusões, p. 361
Referências, p. 365
Índice alfabético
A
- Ação neutra. Critérios de distinção da ação neutra, p. 187
- Ação neutra. Problema das ações neutras, p. 181
- Autoria e participação na Lei 12.850/2013, p. 322
- Autoria e participação no exterior, p. 268
- Autoria mediata. Indução, autoria mediata ou coautoria nos níveis intermediários da organização, p. 253
B
- Bem jurídico na tipificação da organização criminosa, p. 118
- Bem jurídico. Organizações criminosas e bem jurídico, p. 99
- Benefício legal. Organização criminosa como crime autônomo, qualificação de delitos ou óbice a benefícios legais, p. 318
C
- Coautoria, participação necessária e organização criminosa, p. 155
- Coautoria. Indução, autoria mediata ou coautoria nos níveis intermediários da organização, p. 253
- Conclusões, p. 361
- Concurso de pessoas e organizações criminosas, p. 135
- Concurso entre organizações criminosas e os seus delitos, p. 177
- Concursos de pessoas. Sistemas de concurso de pessoas, p. 135
- Condutas típicas, responsabilidade individual e medida da culpabilidade, p. 315
- Contribuição externa. Punibilidade da contribuição externa e limites, p. 159
- Crime autônomo. Organização criminosa como crime autônomo, qualificação de delitos ou óbice a benefícios legais, p. 318
- Crime organizado no Brasil, p. 303
- Crime organizado. Evolução da legislação sobre crime organizado e a Lei 12.850/2013, p. 308
- Crime organizado. Gênese e história do crime organizado, p. 27
- Crime organizado. Principais instrumentos internacionais sobre crime organizado, p. 261
- Criminalidade organizada no Brasil e responsabilização individual, p. 325
- Criminalidade organizada. Reflexões sobre adequação da intervenção penal à criminalidade organizada, p. 325
- Criminalidade. Estágio atual da criminalidade em grupo, p. 67
- Criminalidade. Teorias sobre a criminalidade em grupo, p. 27
- Crise. Histórico e crise da teoria da proteção do bem jurídico, p. 99
- Culpabilidade. Condutas típicas, responsabilidade individual e medida da culpabilidade, p. 315
D
- Delito de organização criminosa nos sistemas estrangeiros, p. 282
- Delito. Organização criminosa como crime autônomo, qualificação de delitos ou óbice a benefícios legais, p. 318
- Delito. Premissas e propostas para imputação individual legítima do delito de organização criminosa, p. 335
- Delitos especiais. Domínio e infração de dever nos delitos especiais, p. 243
- Direito brasileiro. Organizações criminosas e direito brasileiro, p. 303
- Direito comparado e supranacional, p. 261
- Direito Penal de guerra. Segurança, sociedade de risco e direito penal de guerra, p. 110
- Distinções. Teorias e distinções fundamentais, p. 199
- Domínio da organização, p. 217
- Domínio do fato e da organização, p. 199
- Domínio e infração de dever nos delitos especiais, p. 243
E
- Escorço histórico das organizações criminosas, p. 40
- Estágio atual da criminalidade em grupo, p. 67
- Evolução da legislação sobre crime organizado e a Lei 12.850/2013, p. 308
G
- Gênese e história do crime organizado, p. 27
H
- História. Gênese e história do crime organizado, p. 27
- Histórico e crise da teoria da proteção do bem jurídico, p. 99
I
- Imputação individual legítima. Premissas e propostas para imputação individual legítima do delito de organização criminosa, p. 335
- Indução, autoria mediata ou coautoria nos níveis intermediários da organização, p. 253
- Infração. Domínio e infração de dever nos delitos especiais, p. 243
- Instrumentos internacionais. Principais instrumentos internacionais sobre crime organizado, p. 261
- Intervenção penal. Necessidade e legitimidade da intervenção penal, p. 75
- Intervenção penal. Reflexões sobre adequação da intervenção penal à criminalidade organizada, p. 325
- Introdução, p. 15
J
- Jurisprudência e tendências na aplicação da teoria, p. 222
L
- Legado. Máfias e o legado para as organizações criminosas, p. 50
- Legislação. Evolução da legislação sobre crime organizado e a Lei 12.850/2013, p. 308
- Legitimidade. Necessidade e legitimidade da intervenção penal, p. 75
- Lei 12.850/2013. Autoria e participação na Lei 12.850/2013, p. 322
- Lei 12.850/2013. Evolução da legislação sobre crime organizado e a Lei 12.850/2013, p. 308
M
- Máfias e o legado para as organizações criminosas, p. 50
- Modelos da transferência e da responsabilidade por fato próprio, p. 192
N
- Necessidade e legitimidade da intervenção penal, p. 75
O
- Organização criminosa como crime autônomo, qualificação de delitos ou óbice a benefícios legais, p. 318
- Organização criminosa. Coautoria, participação necessária e organização criminosa, p. 155
- Organização criminosa. Delito de organização criminosa nos sistemas estrangeiros, p. 282
- Organização criminosa. Premissas e propostas para imputação individual legítima do delito de organização criminosa, p. 335
- Organização. Domínio da organização, p. 217
- Organização. Domínio do fato e da organização, p. 199
- Organização. Indução, autoria mediata ou coautoria nos níveis intermediários da organização, p. 253
- Organizações criminosas e bem jurídico, p. 99
- Organizações criminosas e direito brasileiro, p. 303
- Organizações criminosas no Brasil, p. 55
- Organizações criminosas. Bem jurídico na tipificação da organização criminosa, p. 118
- Organizações criminosas. Concurso de pessoas e organizações criminosas, p. 135
- Organizações criminosas. Escorço histórico, p. 40
- Organizações criminosas. Máfias e o legado para as organizações criminosas, p. 50
- Organizações criminosas. Perfil dos membros e colaboradores das organizações criminosas, p. 87
P
- Participação de Menor Importância, p. 173
- Participação e suas formas, p. 150
- Participação necessária. Coautoria, participação necessária e organização criminosa, p. 155
- Participação. Autoria e participação na Lei 12.850/2013, p. 322
- Participação. Autoria e participação no exterior, p. 268
- Perfil dos membros e colaboradores das organizações criminosas, p. 87
- Premissas e propostas para imputação individual legítima do delito de organização criminosa, p. 335
- Principais instrumentos internacionais sobre crime organizado, p. 261
- Punibilidade da contribuição externa e limites, p. 159
R
- Reflexões sobre adequação da intervenção penal à criminalidade organizada, p. 325
- Responsabilidade individual. Condutas típicas, responsabilidade individual e medida da culpabilidade, p. 315
- Responsabilidade individual. Criminalidade organizada no Brasil e responsabilização individual, p. 325
- Responsabilidade por fato próprio. Modelos da transferência e da responsabilidade por fato próprio, p. 192
S
- Segurança, sociedade de risco e direito penal de guerra, p. 110
- Sistema estrangeiro. Delito de organização criminosa nos sistemas estrangeiros, p. 282
- Sistemas de concurso de pessoas, p. 135
- Sociedade de risco. Segurança, sociedade de risco e direito penal de guerra, p. 110
- Supranacionalidade. Direito comparado e supranacional, p. 261
T
- Teoria da proteção do bem jurídico. Histórico e crise, p. 99
- Teoria. Jurisprudência e tendências na aplicação da teoria, p. 222
- Teorias e distinções fundamentais, p. 199
- Teorias sobre a criminalidade em grupo, p. 27
- Tipificação. Bem jurídico na tipificação da organização criminosa, p. 118
- Transferência. Modelos da transferência e da responsabilidade por fato próprio, p. 192
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