Indisciplina e Resistência Na Escola - Uma Descrição Fenomenológica
Ivone Laurentino dos SantosTambém
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Ficha técnica
Autor(es): Ivone Laurentino dos Santos
ISBN v. impressa: 978655605831-3
ISBN v. digital: 978655605989-1
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 268grs.
Número de páginas: 216
Publicado em: 01/11/2021
Área(s): Psicologia - Escolar e Educação; Psicologia - Fenomenologia
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Sinopse
Hoje, mais do que nunca, a disciplina/indisciplina tem sido um dos problemas mais preocupantes dentre aqueles que, direta ou indiretamente, afetam as vidas dos sujeitos educativos e a qualidade do ensino. As relações entre professores e alunos tornam-se, cada vez mais, fontes de agressividade e violência, o que acaba por prejudicar o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. No sentido micro, quem são e o que pensam os alunos indisciplinados? Quais são os sentidos da disciplina/indisciplina para os protagonistas que vivenciam tal fenômeno? O diferencial desta obra é que nela esses alunos, considerados “problemas” e tidos como desajustados, incompetentes nas escolas, são retirados da “cultura do fracasso e do silêncio” imposto pelo poder disciplinar: aqui eles têm vez e voz. A perspectiva é de contribuir, por um lado, para o desvelamento do caráter complexo do fenômeno disciplina/ indisciplina e, por outro, para intensificar o debate necessário à construção de uma educação problematizadora, libertadora, inclusiva e de qualidade.
Autor(es)
IVONE LAURENTINO DOS SANTOS
Filósofa e Psicóloga, com especializações lato sensu em “Planejamento e Avaliação Educacional”, “Antropologia e Mundos Contemporâneos” e “Bioética”. Mestra em Psicologia (Universidade Católica de Brasília) e Doutora em Bioética (Universidade de Brasília). Professora Aposentada (Filosofia e Sociologia) da Secretaria de Estado e Educação do Distrito Federal, com experiência também em Ensino Superior: graduação e pós-graduação. Pós-Graduanda em “A Psicanálise no Séc. XXI” – Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
Porque comprar
É público e notório que a educação brasileira precisa ser reinventada. Um dos problemas que mais afetam negativamente a qualidade do ensino é, sem dúvidas, a disciplina/indisciplina e, embora este seja um dos temas mais tratados entre os pedagogos e demais estudiosos da educação, são raros os estudos que trazem para o debate aqueles e aquelas que vivenciam este fenômeno: os tais alunos - problemas ou indisciplinados. O fato é que uma educação de qualidade não se fará sem a presença e a participação dos seus sujeitos principais: os “aprendentes”. Afinal, o que os ditos indisciplinados têm a dizer sobre os fenômenos que vivenciam? Quais as suas percepções sobre a instituição escola? Para além do que está posto pelo senso comum, esta obra dá vez e voz aos alunos e alunas indisciplinados que, silenciados pelo poder disciplinar e fadados aos desencontros, mutilantes de seus saberes e fazeres, acabam impedidos de contribuir para a construção de uma escola cidadã, onde as suas reais necessidades sejam levadas em consideração.
O Brasil tem péssimos índices quando se trata de educação básica. Milhares de crianças e adolescentes - quando não evadem ou repetem continuadamente de série - recebem seus certificados de conclusão, sem que tenham desenvolvido as habilidades e competências necessárias para continuar os estudos e/ou inserir-se no mercado de trabalho. Apontado como o grande vilão das escolas, o fenômeno disciplina/indisciplina carece de ser mais bem compreendido, visto que tem prejudicado as vidas dos sujeitos educativos, contribuindo de modo significativo para a manutenção do quadro deficitário em que se encontra a educação pública brasileira. Ouvir o que os ditos alunos-problemas têm a dizer a respeito dos fenômenos que protagonizam pode ser um primeiro passo em direção a uma melhor compreensão da disciplina/indisciplina que, por motivos diversos, acaba por afetar negativamente o processo de ensino aprendizagem.
Debater o fenômeno disciplina/indisciplina escolar na atualidade é uma questão de extrema urgência, visto que os confrontos interpessoais nas escolas tem ultrapassado os limites do razoável, chegando inclusive a pôr em xeque a própria existência da Instituição Escola. Ao mesmo tempo, não se trata de pensar "mais do mesmo", daí a necessidade da superação da tendência em apontar "bodes expiatórios" como culpados únicos para problemas notadamente complexos. Para além de todo e qualquer preconceito, precisamos ouvir os protagonistas da disciplina/indisciplina, caso o desejo seja, de fato, encarar o problema para além da superfície, fazendo o contraponto necessário ao dito pelo senso comum.
Sumário
INTRODUÇÃO, p. 19
1 MATERIAL E MÉTODOS, p. 31
1.1 FENOMENOLOGIA: PRESSUPOSTOS TEÓRICO-CRÍTICOS, p. 31
1.2 A INVENÇÃO DA "ADOLESCÊNCIA": CONTRAPONTO COM O DITO E O NÃO DITO PELOS "ADOLESCENTES" ENTREVISTADOS, p. 35
1.3 O MÉTODO FENOMENOLÓGICO, p. 72
1.3.1 Aplicação do Método Fenomenológico na Psicologia, p. 81
1.4 ENTRADA EM CAMPO, p. 85
1.5 PARTICIPANTES DO ESTUDO, p. 86
1.5.1 Seleção dos Alunos Entrevistados e Distribuição Quanto ao Sexo, Idade e Série que Estavam Cursando Durante a Pesquisa, p. 86
1.5.2 Seleção da Turma Observada e dos Professores Participantes, p. 87
1.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS, p. 88
1.7 PROCEDIMENTOS, p. 89
1.7.1 Redução Fenomenológica, p. 89
1.7.2 Entrevistas ou Conversas Semiestruturadas, p. 90
1.7.3 Observação Participante, p. 91
1.7.4 Elaboração de um Relatório Etnográfico, p. 91
1.7.5 Análise Documental, p. 92
2 DESCRIÇÃO FENOMENOLÓGICA, p. 93
2.1 AS DESCOBERTAS EM CAMPO: A DISCIPLINA NORMATIZADA E A (IN)DISCIPLINA EMERGENTE, p. 93
2.2 DIÁRIO DE CAMPO: A (IN)DISCIPLINA VIVIDA E A (IN)DISCIPLINA REGISTRADA, p. 97
2.3 A PROBLEMÁTICA DA (IN)DISCIPLINA NA ESCOLA: O PODER MICROSCÓPICO, MINUCIOSO E HIERÁRQUICO, p. 100
2.3.1 Cenas de (In)disciplina no Dia a Dia de uma Escola Pública do Distrito Federal, p. 111
2.3.1.1 A distância entre o discurso e a prática, p. 111
2.3.1.2 Dificuldades de aprendizagem ou de "ensinagem"?, p. 115
2.3.1.3 Sim, chefia!!!, p. 120
2.3.1.4 Ler pra quê?, p. 129
2.3.1.5 Pra que serve isso mesmo?, p. 133
2.3.1.6 Temos mesmo que decorar?, p. 136
2.3.2 Retomada do Dito e do Não Dito nos Comportamentos Observados e nas Entrevistas, p. 141
2.3.2.1 Avaliar o que e para que?, p. 141
2.3.2.2 Conhecimentos x conteúdos, p. 147
2.3.2.3 Metodologias adotadas: entre a licenciosidade e o autoritarismo, p. 153
2.3.2.4 Fadados aos (des)encontros: poder e resistência no ambiente escolar, p. 165
CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 199
REFERÊNCIAS, p. 203
ANEXOS, p. 209
Índice alfabético
A
- Adolescência. Invenção da "adolescência": contraponto com o dito e o não dito pelos "adolescentes" entrevistados, p. 35
- Anexos, p. 209
- Aplicação do método fenomenológico na psicologia, p. 81
C
- Coleta de dados. Instrumentos, p. 88
- Coleta de dados. Instrumentos. Procedimento. Análise documental, p. 92
- Coleta de dados. Instrumentos. Procedimento. Elaboração de um relatório etnográfico, p. 91
- Coleta de dados. Instrumentos. Procedimento. Entrevistas ou conversas semiestruturadas, p. 90
- Coleta de dados. Instrumentos. Procedimento. Observação participante, p. 91
- Coleta de dados. Instrumentos. Procedimento. Redução fenomenológica, p. 89
- Coleta de dados. Instrumentos. Procedimentos, p. 89
- Considerações finais, p. 199
E
- Entrada em campo, p. 85
- Entrevista. Invenção da "adolescência": contraponto com o dito e o não dito pelos "adolescentes" entrevistados, p. 35
F
- Fenomenologia. Aplicação do método fenomenológico na psicologia, p. 81
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica, p. 93
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Cenas de (in)disciplina no dia a dia de uma escola pública do Distrito Federal, p. 111
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Cenas de (in)disciplina no dia a dia de uma escola pública do Distrito Federal. Dificuldades de aprendizagem ou de "ensinagem"?, p. 115
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Cenas de (in)disciplina no dia a dia de uma escola pública do Distrito Federal. Distância entre o discurso e a prática, p. 111
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Cenas de (in)disciplina no dia a dia de uma escola pública do Distrito Federal. Ler pra quê?, p. 129
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Cenas de (in)disciplina no dia a dia de uma escola pública do Distrito Federal. Pra que serve isso mesmo?, p. 133
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Cenas de (in)disciplina no dia a dia de uma escola pública do Distrito Federal. Sim, chefia!!!, p. 120
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Cenas de (in)disciplina no dia a dia de uma escola pública do Distrito Federal. Temos mesmo que decorar?, p. 136
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Descobertas em campo: a disciplina normatizada e a (in)disciplina emergente, p. 93
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Descrição fenomenológica, p. 93
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Diário de campo: a (in)disciplina vivida e a (in)disciplina registrada, p. 97
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Problemática da (in)disciplina na escola: o poder microscópico, minucioso e hierárquico, p. 100
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Retomada do dito e do não dito nos comportamentos observados e nas entrevistas, p. 141
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Retomada do dito e do não dito nos comportamentos observados e nas entrevistas. Avaliar o que e para que?, p. 141
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Retomada do dito e do não dito nos comportamentos observados e nas entrevistas. Conhecimentos x conteúdos, p. 147
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Retomada do dito e do não dito nos comportamentos observados e nas entrevistas. Fadados aos (des)encontros: poder e resistência no ambiente escolar, p. 165
- Fenomenologia. Descrição fenomenológica. Retomada do dito e do não dito nos comportamentos observados e nas entrevistas. Metodologias adotadas: entre a licenciosidade e o autoritarismo, p. 153
- Fenomenologia. Método fenomenológico, p. 72
- Fenomenologia: pressupostos teórico-críticos, p. 31
I
- Instrumentos de coleta de dados, p. 88
- Introdução, p. 19
- Invenção da "adolescência": contraponto com o dito e o não dito pelos "adolescentes" entrevistados, p. 35
M
- Material e métodos, p. 31
- Método fenomenológico, p. 72
- Métodos e material, p. 31
P
- Pesquisa. Entrada em campo, p. 85
- Pesquisa. Participantes do estudo, p. 86
- Pesquisa. Seleção da turma observada e dos professores participantes, p. 87
- Pesquisa. Seleção dos alunos entrevistados e distribuição quanto ao sexo, idade e série que estavam cursando durante a pesquisa, p. 86
- Pressupostos. Fenomenologia: pressupostos teórico-críticos, p. 31
- Psicologia. Aplicação do método fenomenológico na psicologia, p. 81
R
- Referências, p. 203
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