Autor/Autores: Fabiana Santos Dantas
ISBN: 978853623020-7
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 336grs.
Número de páginas: 304
Publicado em: 08/07/2010
Área(s): Direito - Constitucional; Direito - Diversos
O Direito Fundamental à Memória corresponde à necessidade individual e coletiva de afirmação e conhecimento atuais do passado, implicitamente previsto pelo art. 5º, §2º da CF/88, cuja existência e eficácia pode ser deduzida das normas de competência legislativa ou material, e das disposições contidas nos arts. 215, 216 e 225. Ainda pode ser concebido como uma faceta do direito fundamental à herança, previsto pelo art. 5º, XXX, da CF/88. Sua eficácia é manifestada em posições jurídicas de primeira, segunda, terceira ou quarta dimensões: no aspecto individual, abrange a memória dos vivos e dos mortos, enquanto que na dimensão prestacional, envolve o direito a participar da elaboração de políticas públicas para a conservação do patrimônio cultural e à utilização dos bens públicos que o constituem. A dimensão transpessoal compõem-se da manifestação como direito de terceira e de quarta dimensão, abrangendo sujeitos atuais e as gerações futuras, que são ligados por laços de solidariedade intergeracional. A elaboração de políticas públicas para a preservação da memória, de cunho marcadamente discricionário, demanda a superação dos valores consagrados, como a beleza e a monumentalidade, dissonantes do art. 216 CF/88. A representatividade social hoje é o critério para a instituição da proteção estatal dos bens culturais, sendo passível de controle, inclusive judicial, para atender ao máximo a diversidade e a fragmentação de interesses de uma sociedade pluralista e democrática como é a brasileira.
Fabiana Santos Dantas é Procuradora Federal; Doutora em Direito Público pela Universidade Federal de Pernambuco, 2009. Tem experiência na área de Direito Público atuando principalmente nos seguintes temas: Teoria Geral do Direito, Direito Administrativo e Direito Ambiental.
LISTA DE SILGAS
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 - A DIMENSÃO CULTURAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
1.1 Direitos humanos versus direitos fundamentais: uma distinção preliminar necessária
1.2 Sobre os direitos fundamentais e seu significado para a vida em sociedade.
1.3 Importância e significado cultural dos direitos fundamentais
1.4 Importância e significado da Cultura para os direitos fundamentais
Capítulo 2 - CARACTERIZAÇÃO DO DIREITO FUNDAMENTAL À MEMÓRIA
2.1 A Memória: uma necessidade individual e coletiva fundamental
2.2 A construção da memória coletiva brasileira: o exemplo da anistia
2.3 Conceito do direito fundamental à memória
2.4 Caracterização
2.5 A justificação dogmática
2.6 Princípios aplicáveis
2.6.1 Princípios Gerais
2.6.2 Princípios específicos
2.6.3 Princípios complementares
Capítulo 3 - EFICÁCIA E EFETIVIDADE DO DIREITO FUNDAMENTAL À MEMÓRIA
3.1 A dimensão individual do direito fundamental à memória: vivos e mortos
3.2 Estudo de caso: Mefisto
3.3 A dimensão prestacional do direito fundamental à memória
3.4 A dimensão transpessoal do direito fundamental à memória
3.5 Quanto às competências constitucionais
3.6 Efetividade
Capítulo 4 - O PATRIMÔNIO CULTURAL COMO SUPORTE DO DIREITO À MEMÓRIA: ANÁLISE DO ART. 216 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
4.1 Delineamento do patrimônio cultural brasileiro
4.1.1 Conceito doutrinário
4.1.2 Definição legal.
4.1.3 Natureza jurídica dos bens componentes do patrimônio cultural brasileiro
4.1.4 Quanto à tutela jurídica de bens culturais
4.2 O problema da discricionariedade administrativa na definição do conteúdo do patrimônio cultural brasileiro
4.2.1 A questão dos valores
4.2.2 O problema da discricionariedade administrativa no delineamento do patrimônio cultural.
4.3 O papel do Poder Judiciário no controle da discricionariedade administrativa, no tocante à definição do patrimônio cultural
4.4 Memória coletiva e reconhecimento: a justiça simbólica como necessidade fundamental ou o valor da herança
Capítulo 5 - EFETIVAÇÃO DO DIREITO À MEMÓRIA
5.1 Instrumentos legais para conhecer e delimitar o patrimônio cultural: inventário e catalogação.
5.2 Instrumentos legais para a preservação do patrimônio cultural.
5.2.1 Tombamento
5.2.2 Registro
5.2.3 Criação de espaços protegidos
5.2.4 Sanções penais, civis e administrativas
5.2.5 Desapropriação
5.2.6 Ação civil pública
5.2.7 Ação popular.
5.2.8 Estudo de impacto
5.3 Instrumentos para a transmissão do patrimônio cultural
5.4 O dever de memória: a imprescritibilidade como ilustração.
Capítulo 6 - DIREITO À MEMÓRIA: FRONTEIRA E DIREITOS CORRELATOS.
6.1 Fronteira: delimitando o âmbito do direito fundamental à memória a partir do direito fundamental ao esquecimento.
6.2 Direitos correlatos.
6.3 O direito à memória e os direitos culturais
Capítulo 7- DIREITO À MEMÓRIA E DEMOCRACIA: O PAPEL DO ESTADO NA CONSTRUÇÃO E EXECUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA.
7.1 A formação da alma brasileira: a invenção da memória no Brasil - antecedentes e importância.
7.2 A Política da preservação da memória no Brasil.
7.2.1 Sistema administrativo
7.2.2 Planejamento.
7.2.3 Instrumentos.
7.2.4 Sistema de financiamento.
7.2.5 Sistema de avaliação
7.3 Direito à memória, democracia e políticas públicas de preservação.
Capítulo 8 - EFETIVIDADE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A MEMÓRIA NO BRASIL
8.1 Diagnóstico.
8.2 Atualização da legislação protetiva do Patrimônio Cultural.
8.3 Elaboração de política de preservação interdisciplinar.
CONCLUSÃO: Paz no futuro e glória no passado?
REFERÊNCIAS