Autor/Autores: Lisianne Pintos Sabedra Ceolin
ISBN: 978853623762-6
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 309grs.
Número de páginas: 260
Publicado em: 04/05/2012
Área(s): Direito - Ambiental
A presente obra analisa o direito fundamental à liberdade de expressão da atividade científica sob as perspectivas subjetiva e objetiva, com destaque, ainda, para o exame dos limites ao mencionado direito. Atualmente, a atividade científica impõe-se na vida do homem em velocidade crescente; mesmo quem não deseja estar conectado com os resultados dos avanços da ciência é alcançado pelas descobertas e torna-se delas dependente. Porém, é notório que esta prática não proporciona somente benefícios à humanidade. Grande parte dos problemas ambientais que hoje se revelam, tais como a desertificação, o aquecimento global e a perda de biodiversidade, decorre da má utilização de processos e produtos criados pelo labor científico, danos que também se refletem em aspectos sociais, de que são exemplos o acesso à alimentação dotada de substâncias tóxicas e a recursos hídricos poluídos a ponto de sequer servirem como fonte de trabalho através da extração de pescado.
O sistema constitucional brasileiro abriga a liberdade de expressão da atividade científica como direito fundamental, conforme afirmado. Os direitos sociais e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado são dotados de igual hierarquia. Entre os mencionados direitos, é comum a ocorrência de colisões, que somente podem ser enfrentadas com uma visão clara sobre o âmbito de proteção de cada um deles. No Brasil, o conteúdo do direito à expressão da atividade científica não é explorado pela doutrina constitucional, o que configura uma grave omissão frente a tantos avanços neste campo. É este vazio que o presente trabalho procura preencher, aproximando-se das realidades da vida que caberiam no seu âmbito de proteção, e tendo como cenário modelo jurídico-político que almeja conjugar proteção ambiental e garantia de direitos sociais, isto é, o Estado Socioambiental.
Diante de inúmeros problemas e deficiências enfrentados para que se dê a realização de direitos como à moradia, à educação, ao lazer e ao trabalho, dentre outros também integrantes da chamada segunda dimensão dos direitos fundamentais, o mínimo socioambiental serve como possível limite material à atividade científica.
Lisianne Pintos Sabedra Ceolin é Doutora em Direito pela PUCRS, tendo sido aprovada com louvor em março de 2011, na área de concentração Fundamentos Constitucionais do Direito Público e do Direito Privado; Mestre em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (2006); graduada em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2001). Atuou como docente na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, campus Uruguaiana (2003-2009). Atualmente, é Professora adjunta da Universidade Federal do Pampa - Unipampa, campus São Borja/RS.
INTRODUÇÃO
1 - CIÊNCIA E PESQUISA NO MARCO DO ESTADO SOCIOAMBIENTAL
1.1 Contornos do Estado Socioambiental e o Lugar da Ciência e da Pesquisa num Ambiente de Riscos e Incertezas
1.1.1 Características e objetivos do Estado Socioambiental
1.1.2 Conhecimento científico e incerteza: conceitos indissociáveis
1.1.3 Uma aproximação do fazer ciência em termos práticos
1.1.4 A incorporação do risco na condução da atividade científica
1.2 Pesquisa como Direito e Dever Humano e Fundamental: Quadro Jurídico-NormativoInternacional
1.3 Pesquisa como Direito e Dever na Evolução Jurídico-Constitucional Brasileira
2 - O FAZER CIÊNCIA COMO DIREITO E DEVER NO SISTEMA CONSTITUCIONAL BRASILEIRO
2.1 Notas Introdutórias Sobre a Liberdade de Expressão da Atividade Científica como Direito Fundamental e suas Relações com Outros Interesses Constitucionalmente Tutelados
2.2 Âmbito de Proteção: Os Caminhos para se Chegar ao Conteúdo do Direito Fundamental
2.3 A Liberdade de Pesquisa Enquanto Direito Subjetivo: Âmbito de Proteção Prima Facie Derivado do Art. 5º, IX, da CF/88, e a Teia Constitucional de Enunciados Relacionados à Ciência
2.4 A Pesquisa Científica em sua Dimensão Objetiva: o Paradigma da Proteção como Imperativo Simultâneo (ou Superior) à Abstenção Estatal ePrivada
2.4.1 Pesquisa científica como dever fundamental ou dever de proteção?
2.4.2 Notas sobre o fundamento das obrigações positivas
2.4.3 Tipologia das obrigações positivas relativas à pesquisa científica
3 - LIMITES PARA A ATIVIDADE DE PESQUISA À LUZ DO ESTADO SOCIOAMBIENTAL
3.1 Limites Constitucionais, Legais e Decorrentes de Colisões entre Direitos Fundamentais
3.1.1 Limites dos limites: proporcionalidade, núcleo essencial dos direitos fundamentais, dignidade humana e da vida em geral e proibição de retrocesso
3.2 O Mínimo Socioambiental como Limite: Notas Conceituais e o Equilíbrio Entre as Garantias Socioambientais e a Atividade Científica
4 - CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS