Autor/Autores: Fernando Sérgio Tenório de Amorim
ISBN: 978853624061-9
Acabamento: Capa Dura + Sobrecapa
Formato: 16,5x21,5 cm
Peso: 540grs.
Número de páginas: 376
Publicado em: 14/01/2013
Área(s): Direito - Civil - Contratos; Direito - Consumidor; Direito - Internacional
Como conciliar um sistema internacional de proteção da diversidade cultural com a necessidade de desenvolvimento e crescimento econômico do mercado de bens simbólicos, em especial do mercado de bens e serviços culturais que se efetiva na rede mundial de computadores? Eis o problema central desta obra. A discussão sobre as relações nem sempre harmoniosas entre cultura e comércio não constitui um tema propriamente novo, uma vez que tais questões têm sido objeto de acalorados debates tanto no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) quanto da Organização Mundial do Comércio (OMC). No entanto, o ineditismo das análises demonstradas repousa na discussão do impacto que as novas tecnologias de informação e transmissão de dados, características da chamada sociedade informacional, exerce sobre o comércio eletrônico de bens e serviços culturais. O mercado global da cultura encontra no ciberespaço o ambiente propício para a difusão em massa de bens culturais, atingindo mercados consumidores inicialmente não alcançados pelos modelos tradicionais de trocas econômicas do comércio internacional. A dimensão cultural do ciberespaço, a cibercultura, instaura uma nova forma de relacionamento com o sentido e com o real, sendo o resultado das profundas transformações que as tecnologias de informação e comunicação acarretaram para as sociedades contemporâneas. É necessário compreender as mudanças estruturais provocadas pelas novas tecnologias da informação para que se possa definir o modelo de regulação das relações jurídicas firmadas na Internet. Para isso, a aplicação de normas protetoras da diversidade cultural em um ambiente como o ciberespaço, infenso a regulamentações, e a relações jurídicas fluídas, como a contratação eletrônica de bens e serviços culturais, exige uma análise de conceitos que integram campos específicos do conhecimento, possibilitando um permanente diálogo entre o Direito, a Sociologia e a Antropologia.
O Autor
Fernando Sérgio Tenório de Amorim - Doutor e Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Graduado em Direito pelo Centro Universitário CESMAC, e em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas. Tem formação em Antropologia Cultural pela UFPE. Coordenador da Graduação e da Pós-graduação Lato Sensu do Curso de Direito do Centro Universitário CESMAC, onde leciona Direito Internacional Privado. Participou de cursos na Academia de Direito Internacional da Haia, Holanda, como bolsista da Academia de Ciências Morais e Políticas de Paris, na Universidade de Paris, Panthéon Sorbonne, e foi pesquisador da Corte Permanente de Arbitragem Internacional da Haia. Realizou pesquisa de doutorado no Instituto Suíço de Direito Comparado, tendo para isso recebido a bolsa Van Calker de pesquisa. É autor, dentre outros trabalhos, do livro "Autonomia da Vontade nos contratos eletrônicos internacionais de consumo", publicado pela Juruá Editora. Procurador Judicial da Procuradoria Geral do Município de Maceió.
INTRODUÇÃO
1 - SOCIEDADE INTERNACIONAL E GLOBALIZAÇÃO: A INTEGRAÇÃO ECONÔMICA E CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE
1.1 Globalização, Reflexividade e Dinâmica Cultural
1.1.1 Os caminhos da modernidade e os desafios da pós-modernidade
1.1.2 Os processos da globalização e a construção da identidade coletiva: por uma antropologia reflexiva hermenêutica
1.2 Sociedades Pós-Industriais, Sociedades Pós-Modernas e Modernidades Alternativas
1.2.1 As quatro facetas da globalização e a teoria dos consensos
1.2.2 A cultura como um fenômeno discursivo: identidade e diversidade cultural
1.2.3 Conexões: As bases jurídicas da globalização e a constituição de um direito internacional pós-moderno
2 - PÓS-MODERNIDADE E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO: RETÓRICA E ARGUMENTAÇÃO NA APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO DI REITO ESTRANGEIRO
2.1 O Alvorecer da Modernidade e a Formação do Direito Internacional Privado Clássico: O Sistema Continental Europeu
2.1.1 Os fundamentos das doutrinas estatutárias: Bártolo, Dumoulin, D´Argentré, Huber e a análise das leis em causa
2.1.2 Savigny e a consolidação do método conflitual clássico
2.1.3 Da nacionalidade ao fim social da lei: Mancini e Pillet
2.2 O Alvorecer da Modernidade e a Formação do Direito Internacional Privado Clássico: O Sistema Anglo-Americano
2.2.1 Better law approach, most significant relationship e a doutrina do interest analysis: Joseph Story e a formação do mos americanus
2.2.2 A crítica do positivismo clássico e a consciência dos limites
2.3 O Direito Internacional Pós-Moderno: A Quebra de uma Dicotomia Entre o Público e o Privado
2.3.1 Constituição e retórica: uma nova metodologia para o direito internacional privado
2.3.2 Os fatores de limitação à aplicação do direito estrangeiro: o novo conteúdo da ordem pública e a proteção dos direitos humanos
2.3.3 Conexões: o direito internacional privado e os desafios da sociedade da informação
3 - CIBERESPAÇO, SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E CULTURA DE MASSAS: OS PROCESSOS DE VIRTUALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS E A EMERGÊNCIA DE UM UNIVERSAL SEM TOTALIDADE
3.1 A Cibercultura e a Passagem do Atual Para o Virtual
3.1.1 Os processos da virtualização
3.1.2 O segundo dilúvio e a nova relação com o saber: a inteligência coletiva na produção de bens culturais
3.2 O Ciberespaço e a Virtualização da Comunicação
3.2.1 Em busca do " anthropos" universal: o consumo na cultura de massas
3.2.2 O novo público: o sincretismo da informação e o sincretismo do imaginário
3.2.3 Uma nova estética: o toque invertido de Midas
3.3 Da Cultura de Massas à Cibercultura: A Construção de um Universal sem Totalidade nas Sociedades Pós-Modernas
3.3.1 A condição pós-moderna e a constituição da alteridade cultural: a interconexão do saber
3.3.2 Um universal sem totalidade: a cibercultura
3.3.3 Conexões: o admirável mundo novo e o controle dos fluxos transfronteiriços
4 - CONTROLANDO OS FLUXOS TRANSFRONTEIRIÇOS: A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO E A PROTEÇÃO DOS BENS E SERVIÇOS CULTURAIS
4.1 A Regulamentação do Comércio Internacional de Bens e Serviços Culturais: O Nascimento de uma Ambivalência
4.1.1 Os acordos multilaterais da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a proteção dos bens culturais: quando a cultura se rende ao comércio
4.1.2 A aplicação dos princípios do GATT aos produtos culturais: o affaire Canadá e o princípio da não discriminação
4.2 A Organização Mundial do Comércio e a Constituição de um Mercado Global da Cultura
4.2.1 O GATS e os limites para a livre circulação dos serviços culturais: a constituição de um dilema
4.2.2 A dimensão econômica da intervenção do estado no comércio de bens e serviços culturais: uma argumentação em várias teses
4.2.3 A dimensão política da intervenção do estado no comércio de bens e serviços culturais: em defesa da constituição de um regime de exceção
4.2.4 Conexões: a mudança de palco de um drama em três atos
5 - CONTROLANDO OS FLUXOS TRANSFRONTEIRIÇOS: A UNESCO E O DILEMA CULTURA-COMÉRCIO NA PROTEÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL
5.1 Uma Concepção Dinâmica, Culturalista e "Diversa" da Diversidade Cultural
5.1.1 Os aspectos políticos da proteção da diversidade cultural: o papel dos estados
5.1.2 A proteção da diversidade cultural e os direitos fundamentais: por uma aproximação entre o direito internacional e o direito constitucional internacional
5.1.3 Proteção dos países em desenvolvimento: como aplicar os princípios da abertura e do equilíbrio?
5.2 O Mercado Mundial da Cultura e a Convenção Unesco Sobre a Proteção e Promoção da Diversidade Cultural
5.2.1 A diversidade cultural como fator de desenvolvimento econômico
5.2.2 As relações entre cultura e comércio: é necessário proteger as indústrias culturais?
5.2.3 Conexões: a sociedade da informação e a regulação do comércio eletrônico de bens e serviços culturais
6 - O COMÉRCIO ELETRÔNICO DE BENS E SERVIÇOS CULTURAIS: QUANDO A DIVERSIDADE CULTURAL NÃO RECONHECE FRONTEIRAS
6.1 Contratos Internacionais: Uma Tipologia
6.1.1 Fixando limites: a insuficiência dos elementos de conexão aplicados às obrigações contratuais internacionais no direito internacional privado brasileiro
6.1.2 Elementos de conexão no direito europeu: a Convenção de Roma sobre a lei aplicável às obrigações contratuais
6.1.3 Elementos de conexão no direito americano: a convenção interamericana sobre a lei aplicável aos contratos internacionais
6.2 A Tentação do Territorialismo: Uma Categorização dos Contratos Eletrônicos
6.2.1 As transformações dos contratos na sociedade de massa
6.2.2 Revisando o formalismo clássico: uma tipologia da contratação eletrônica
6.2.3 Continuidade espaço-temporal e ubiquidade: a manifestação da vontade, a localização e o princípio da ordem pública de proximidade nos contratos eletrônicos
6.3 O Dilema Entre o Mercado da Cultura e a Cultura do Mercado na Regulação das Relações Jurídicas na Internet
6.3.1 Um espaço propício a racionalidades múltiplas: é possível adotar mecanismos reguladores do comércio eletrônico de bens e serviços culturais?
6.3.2 Uma tipologia da regulação da internet em três modelos: multilateralista, neomercantilista e culturalista
6.3.3 Última conexão: a expansão da teia em três saídas. Regulação governamental, autorregulação e ausência de regulação
CONCLUSÃO: EM BUSCA DAS METÁFORAS MAIS APROPRIADAS
REFERÊNCIAS