Autor/Autores: Patricia Porchat
ISBN v. impressa: 978853624618-5
ISBN v. digital: 978853627565-9
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 214grs.
Número de páginas: 172
Publicado em: 07/04/2014
Área(s): Psicologia - Psicanálise
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A presente obra investiga a noção de gênero na obra da filósofa feminista americana Judith Butler com o intuito de buscar referências para o trabalho com pacientes que não se enquadram nas categorias sexuais e de gêneros mais comuns, mas que encontramos cotidianamente na prática clínica.
O conceito butleriano de gênero como "ato performativo" permite abordar os "gêneros não inteligíveis", ou seja, entender quem não se enquadra numa relação de coerência entre sexo anatômico, gênero, desejo e prática sexual. Esse conceito também se torna útil na compreensão de questões sociais da atualidade, como o casamento gay, a adoção de crianças por casais homoparentais, as mudanças na estrutura de parentesco e o surgimento de novas práticas sexuais, assim como a manifestação de novas identidades - transgêneros, drag queens, drag kings e butchs.
Acompanhando o debate entre Butler e psicanalistas lacanianos acerca dos conceitos de "diferença sexual", "simbólico" e "parentesco", vemos suas principais críticas se dirigirem ao estruturalismo de Lévi-Strauss e à incorporação deste por Lacan. Dessa reflexão sobre o conceito de gênero e a Psicanálise é possível derivar uma postura ética e a necessidade de uma transformação social para que se incluam todas as formas de gênero na categoria de "humano".
"Finalmente uma apresentação do pensamento de Judith Butler que não é desleal nem com a Teoria de Gênero nem com a Psicanálise. Um texto que pergunta o que é preciso mudar na Psicanálise para que ela esteja à altura do problema dos gêneros. As objeções ao essencialismo sexológico da Psicanálise podem se transformar em rotações teóricas e consequências clínicas? Sem formar uma Psicanálise butleriana nem uma mistura reconciliatória, este livro tenta responder esta insinuação. Ele se insere em uma questão maior para nossa época: qual gramática de reconhecimento poderá acolher a indeterminação dos gêneros não inteligíveis e do que Butler chama de abjeto? Se, como argumenta a Psicanálise, o gênero nos desfaz (narcisismo) e a sexualidade nos despossui (pulsão), é possível imaginar formas de vida menos dependentes de nossa paixão pela identidade. Um trabalho de grande envergadura. Fino e preciso nos argumentos, ótimo na reconstrução histórica dos conceitos e contextos. Mostra vivamente tanto a força da Psicanálise em relação à pungência da questão quanto a atualidade da crítica de gênero retomada de Stoller, de Rubin, de Benjamin, de Butler, e agora, em versão nacional, de Patrícia Porchat".
CHRISTIAN DUNKER
Patricia Porchat
Doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo - IPUSP. Professora do curso de Psicologia da Universidade Estadual Paulista - UNESP Bauru e do Programa de Pós-graduação em Educação Sexual da Universidade Estadual Paulista - UNESP Araraquara. Autora do livro Freud e o Teste de Realidade publicado pela Casa do Psicólogo/FAPESP, 2005. Psicóloga e psicanalista.
INTRODUÇÃO .
1 INVENTANDO "GÊNERO" .
1.1 Contribuições da Teoria da Construção Social .
1.1.1 O dimorfismo sexual
1.1.2 Sexualidade, homossexualidade e heterossexualidade
1.1.3 A distinção sexo/gênero
1.1.4 A construção social .
1.2 Gênero e Psicanálise
1.2.1 Stoller, o transexualismo e a identidade de gênero
1.2.2 A identidade de gênero nuclear e a identidade de gênero fundamental
1.2.3 Feminilidade e masculinidade
1.2.4 Imprinting e feminilidade primária
2 GÊNERO, FEMINISMO E PSICANÁLISE .
2.1 Feminismo e Gênero
2.2 Feminismo e Psicanálise
2.3 A Teoria Social
2.4 Gênero e Psicanálise
2.4.1 Gayle Rubin
2.4.2 Nancy Chodorow
2.4.3 Jessica Benjamin
2.4.4 Emilce Dio Bleichmar: o feminismo espontâneo da histeria
2.5 Breve Resposta às Feministas .
2.6 Binarismo de Gênero
3 JUDITH BUTLER: SUJEITO E ABJETO
3.1 Gênero e Sujeito
3.1.1 Desconstruindo gênero
3.1.2 Breve ontologia
3.1.3 Performatividade.
3.1.4 Estratégias de desconstrução
3.1.5 Práticas parodísticas
3.1.6 Gênero como re-significação
3.1.7 Corpo, sexo e gênero
3.1.8 A pulsão subversiva .
3.2 O Abjeto como Paradigma
3.2.1 Dois casos
3.2.2 A questão transexual .
3.2.3 Transformação do corpo e inteligibilidade .
4 CRÍTICAS DE BUTLER A LACAN E A LÉVI-STRAUSS .
4.1 Os Passos da Resistência
4.2 A Crítica ao Transcendentalismo
4.3 As Diferenças Sexuais .
4.4 O Argumento das Normas Simbólicas .
4.5 Parentesco e Simbólico .
4.6 Do Sujeito ao Humano
CONCLUSÃO: GÊNERO, UMA CATEGORIA POLÍTICA .
REFERÊNCIAS .