Autor/Autores: Jónatas E. M. Machado e Iolanda A. S. Rodrigues de Brito
ISBN v. impressa: 978853625957-4
ISBN v. digital: 978853625984-0
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 176grs.
Número de páginas: 142
Publicado em: 06/07/2016
Área(s): Direito - Consumidor; Internacional
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O acionamento judicial persistente contra jornalistas e órgãos de comunicação social tende a produzir um efeito inibidor da liberdade de imprensa, sem prejuízo de o processo judicial poder vir a encerrar com uma condenação ou absolvição. Essa litigância reiterada desencadeia prejuízos consistentes, em primeira linha, nos custos econômicos inerentes à defesa, nos riscos associados ao (in)sucesso processual e nos transtornos subjacentes às constantes deslocações aos tribunais, tanto mais grave se as informações divulgadas forem verdadeiras e de relevante interesse público, independentemente de serem ofensivas da reputação de uma figura pública.
Numa época em que a comunicação social enfrenta graves dificuldades de índole econômico-financeira, fica seriamente exposta a atividade jornalística (em especial, o jornalismo de investigação), quando relacionada com o combate às cifras negras da corrupção, que ameaça as instituições democráticas.
A garantia do direito à proteção jurídica efetiva não pode descurar uma preocupação atinente ao uso abusivo dos meios de tutela jurídica, em matéria de ofensas à honra de figuras públicas. Nesta senda, os tribunais são, por vezes, instrumentalizados para prosseguir finalidades contrárias ao Direito, sob o pretexto de defender reputações que, na realidade, não carecem de proteção, pois o que essas figuras públicas pretendem é fazer com que os tribunais profiram decisões que sirvam de biombo para continuar a esconder a prática de atos censuráveis e até mesmo ilícitos.
Deste modo, logram obter censura judicial, consubstanciada, nomeadamente, em obrigações de indenizar inflacionadas, sanções pecuniárias compulsórias exorbitantes, providências cautelares que ordenam a remoção de determinados conteúdos informativos ou a abstenção de publicação de certas notícias. Por conseguinte, impõe-se assegurar que as leis de difamação protegem somente as reputações merecidas, distinguindo-se entre difamações e pseudodifamações de figuras públicas.
JÓNATAS E. M. MACHADO
Professor Público da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Portugal, e Membro da Direção do Instituto Ius Gentium Conimbrigae – Centro de Direitos Humanos. Ao longo dos anos tem lecionado e escrito livros e artigos nas disciplinas de Direito Constitucional, Direito Internacional, Direito da União Europeia e Direito Tributário. Também tem vários livros sobre liberdade religiosa, liberdade de expressão e direito da mídia.
IOLANDA A. S. RODRIGUES DE BRITO
Obteve o grau de Mestre (Pré-Bolonha) em Ciências Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Portugal, com a dissertação Liberdade de Expressão e Honra das Figuras Públicas, sob a orientação do Professor Doutor Jónatas Machado. A tese foi publicada, em 2010, pela Wolters Kluwer/Coimbra Editora, que publicou ainda, em 2012, o seu livro intitulado Crime de Falso Testemunho Prestado Perante Tribunal. Em 2013, escreveu, em coautoria com o mesmo Professor, o livro Curso de Direito da Comunicação Social, publicado pela Wolters Kluwer Portugal. No mesmo ano, realizou o Summer Course subordinado ao tema International Journalism and Society, na London School of Economics and Polical Science. É Pós-Graduada em Direito da Comunicação pelo Instituto Jurídico da Comunicação da Universidade de Coimbra, Portugal. É Advogada. Em 2012, realizou um estágio no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, sob a supervisão do Dr. Abel de Campos.
Capítulo 1 INTROITO
PARTE I - DIFAMAÇÃO DE FIGURAS PÚBLICAS
Capítulo 2 PINÁCULOS DO PROBLEMA JURÍDICO
I Liberdade de Expressão
1 Fundamentos constitucionais
1.1 Expressão individual e coletiva
1.2 Cidadania
1.3 Princípio democrático
1.4 Princípio do Estado de direito
1.5 Princípio anticorrupção
1.6 Princípio do localismo
2 Princípio da proibição da censura
3 A liberdade de informação e a mídia
II Honra
III Figuras Públicas
Capítulo 3 PRINCÍPIO DE PONDERAÇÃO ENTRE BENS JURÍDICOS
I Imputações de Facto e Juízos de Valor
II O Interesse Público
1 Preservação da esfera de discurso público
2 Mercado livre das ideias
3 Discussão robusta, aberta e desinibida
III A Verdade do Facto Imputado
IV O Erro sobre a Verdade do Facto: o Cumprimento do Dever de Informação
V Base Factual Suficiente
PARTE II - TUTELA JURÍDICA
Capítulo 4 PROTEÇÃO JURÍDICA EFETIVA
Capítulo 5 ABUSO DOS MEIOS DE TUTELA JURÍDICA
Capítulo 6 PRINCÍPIO DE PREFERÊNCIA DOS MEIOS MENOS GRAVOSOS
Capítulo 7 OS MEIOS DE TUTELA JURÍDICA
I Direito de Resposta e de Retificação
II Mecanismos de Reação Civis
1 Reparação judicial dos danos
1.1 Princípio de reparação "in natura"
1.2 Indemnização pecuniária
1.2.1 Danos patrimoniais
1.2.2 Danos não patrimoniais
1.2.2.1 O artigo 10.º da CEDH e os princípios postulados pelo TEDH
1.2.2.2 Critérios orientadores
1.2.2.3 Indemnizações punitivas: um chilling effect negativo?
1.2.2.4 Indemnizações simbólicas ou nominais
2 Publicação de decisão judicial condenatória
3 Abstenção de publicação de determinadas notícias
4 Sanção pecuniária compulsória
III Mecanismos de Reação Penais
1 Princípio da subsidiariedade da intervenção penal
2 O crime de difamação
IV Instrumentalização Estratégica de Meios Processuais Civis e Penais
1 Providências cautelares e tutela urgente
1.1 Abstenção de publicação de determinadas notícias
1.2 Remoção de notícias e artigos online e impressos
1.3 Caução e sanção pecuniária compulsória
2 Buscas e apreensões
Capítulo 8 CONCLUSÕES
Capítulo 9 BIBLIOGRAFIA