Autor/Autores: Gustavo Augusto Ferreira Barreto
ISBN v. impressa: 978853626320-5
ISBN v. digital: 978853626356-4
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 201grs.
Número de páginas: 162
Publicado em: 27/10/2016
Área(s): Direito - Civil - Responsabilidade Civil
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O princípio do dano, assim como elaborado por John Stuart Mill em On Liberty, é tido como elemento fundamental à afirmação do liberalismo a partir do século XIX e seu desenvolvimento rumo ao século XX. Diante das nascentes democracias europeias foi afirmado como um princípio absoluto de proteção à liberdade individual contra a imposição da moralidade pela opinião pública e pelo Estado. Mill partilhava o apreço de Tocqueville pela democracia, sem deixar de temer a “tirania das maiorias”.
Inicialmente, investiga-se o lugar do princípio do dano na filosofia política milliana, e as fragilidades apontadas por seus críticos. Em um segundo momento, analisa-se sua influência na defesa das liberdades civis na Inglaterra da década de 1950, especificamente com a edição do Relatório Wolfenden que defendeu a descriminalização de práticas homossexuais, bem como o debate que se lhe seguiu sobre os limites do Direito, protagonizado por H.L.A. Hart. Na última parte, o objeto do estudo é o princípio do dano, agora inserido em uma doutrina liberal-perfeccionista, assim como formulada por Joseph Raz em A Moralidade da Liberdade.
O objetivo final é revelar a existência de incoerências internas no princípio do dano, tanto em sua versão original quanto nas que lhe sucederam, a fim de impedir a fixação de um espaço imune ao Direito e à imposição da moralidade. No entanto, visto da perspectiva adequada, o fracasso na elaboração de tal princípio deve ser relativizado, eis que, no seu devir, o princípio do dano serviu à reflexão acerca dos limites da coerção legítima, bem como ao aprimoramento de conceitos relevantes à filosofia política, como moralismo legal, paternalismo e perfeccionismo jurídicos.
GUSTAVO AUGUSTO FERREIRA BARRETO
Doutorando em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IFCS/UFRJ. Mestre em Teoria e Filosofia do Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Especialista em Administração Pública pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas – EBAPE/FGV. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Desde 2007 ocupa o cargo de Procurador da Fazenda Nacional.
INTRODUÇÃO
1 ORIGENS E FUNDAMENTOS DO PRINCÍPIO DO DANO
1.1 O Tema Central de On Liberty
1.2 A Teoria da Individualidade
1.3 O Télos Social: a Felicidade
1.4 O Que a Lei Pode Alcançar? O Dano
1.5 O Princípio do Dano na Berlinda
1.5.1 Fitzjames Stephen
1.5.2 Gertrude Himmelfarb
1.5.3 Herbert Marcuse
1.5.4 Robert Paul Wolff
2 O PRINCÍPIO DO DANO REDIVIVO: O DEBATE HART VS. DEVLIN
2.1 O Relatório Wolfenden
2.2 A Crítica Conservadora: Lord Patrick Devlin
2.2.1 A função prudencial da lei
2.2.2 A defesa da moralidade e a sociedade contemporânea
2.3 A Resposta Liberal: Herbert L. A. Hart
2.3.1 O paternalismo como razão da lei
2.3.2 A imoralidade como causa da desintegração social
2.3.3 Conservadorismo moral e democracia
3 O COLAPSO DO PRINCÍPIO DO DANO?
3.1 Uma Alternativa: a Teoria Rawlsiana dos Bens Primários
3.2 O Inusitado Retorno do Princípio do Dano: Sua Reabilitação por uma Doutrina Perfeccionista
3.2.1 Neutralidade: conceito desnecessário ao Estado liberal
3.2.2 Coação: o Busílis
3.2.3 O princípio do dano como elemento de contenção perfeccionista
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS