Autor/Autores: Duina Porto
ISBN v. impressa: 978853629776-7
ISBN v. digital: 978853629891-7
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 417grs.
Número de páginas: 336
Publicado em: 13/05/2022
Área(s): Direito - Civil - Direito de Família
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O poliamor é o relacionamento afetivo em que os envolvidos abdicam consensualmente da exclusividade inerente à fidelidade monogâmica, estabelecendo múltiplas e concomitantes relações que não possuem cariz meramente sexual, mas implicam também em um nível de comprometimento emocional. As complexidades decorrentes desse entrelaçamento de vidas, afetos e responsabilidades produzem consequências e exigem regulamentação própria que confira proteção adequada e segurança jurídica. Neste livro, as relações poliamorosas interessam ao Direito uma vez que consistem em “multiconjugalidades consensuais”, termo que designa as conjugalidades múltiplas estáveis, concomitantes e integradas no mesmo núcleo familiar, formadas pelo consenso de todos os partícipes e configuradas como uniões estáveis poliafetivas, diferentes, pois, do casamento, da união estável monogâmica e das relações concubinárias ou paralelas. O tema é polêmico porque mexe com o dogma da monogamia. Contudo, não se pretende criticar a escolha relacional da monogamia, mas repensar a mononormatividade enquanto imposição normativa do modelo monogâmico como único merecedor da tutela do Direito. As reflexões sobre a viabilidade jurídica de legitimação do poliamor como relacionamento afetivo-familiar divergente do paradigma da família conjugal monogâmica pautam-se nas interfaces entre os Direitos Humanos, o Direito das Famílias e os vieses sociológicos necessários à compreensão do assunto. Partindo das premissas gerais da família, da conjugalidade, da monogamia e do Direito que as circunda, analisam-se as particularidades do poliamor enquanto arquétipo que emerge na nossa contemporaneidade tão marcada pela diversidade de estruturas familiares. Entre os fundamentos aptos a sustentar a possibilidade do poliamor no Brasil, destacam-se os princípios constitucionais da dignidade humana, da afetividade, da pluralidade das formas de família, da igualdade, do respeito às diferenças, da liberdade de formação familiar e da intervenção mínima do Estado na autonomia privada. Presentes os elementos comuns a qualquer família regulada pelo Direito – laços sanguíneos e/ou socioafetivos, estabilidade, convivência pública e ostensiva e intuitu familiae –, por que não reconhecer juridicamente as famílias poliamorosas?
DUINA PORTO
Doutora e Mestra em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Bolsista CAPES durante o “Doutorado Sanduíche” na Suíça, na Universidade de Lausanne (UNIL), e investigadora visitante em Portugal, no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC). Professora de Direito da Universidade Federal da Paraíba e atual Vice-Diretora do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ/UFPB). Graduada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (FDR/UFPE). Advogada atuante por mais de uma década antes de se dedicar ao ensino do Direito. Pesquisadora, autora de artigos científicos e entusiasta dos diálogos entre Direito e Literatura.
INTRODUÇÃO
Capítulo 1 FAMÍLIA: CONCEPÇÕES E METAMORFOSES
1.1 ABORDAGENS CONCEITUAIS E FUNCIONAIS
1.2 TRANSFORMAÇÕES: DA FAMÍLIA PRIMITIVA À FAMÍLIA PÓS-MODERNA
1.2.1 Família Primitiva
1.2.2 Família Patriarcal Antiga
1.2.3 Família Comunitária Medieval
1.2.4 Família Burguesa e Industrial Moderna
1.2.5 Família Pós-Moderna
Capítulo 2 O DIREITO DE FAMÍLIA E A FAMÍLIA PARA O DIREITO
2.1 HUMANIZAÇÃO DO DIREITO DE FAMÍLIA
2.2 PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO DE FAMÍLIA
2.2.1 Princípios Implícitos
2.2.2 Princípios Explícitos
Capítulo 3 RELAÇÕES AFETIVAS MÚLTIPLAS CONSENSUAIS: A QUEBRA DE PARADIGMAS E O DESAFIO DE REPENSAR A MONOGAMIA
3.1 A CONSTRUÇÃO DO PARADIGMA MONOGÂMICO
3.2 MONOGAMIA E MONONORMATIVIDADE
3.3 NÃO-MONOGAMIAS CONSENSUAIS CONTEMPORÂNEAS
Capítulo 4 O POLIAMOR COMO MULTICONJUGALIDADE CONSENSUAL E ESTRUTURA FAMILIAR
4.1 POLIAMOR: ORIGENS E PECULIARIDADES CONCEITUAIS
4.2 VALORES E ESTRUTURAS DO RELACIONAMENTO POLIAMOROSO
4.3 POSSIBILIDADE DO RECONHECIMENTO JURÍDICO DO POLIAMOR COMO MULTICONJUGALIDADE CONSENSUAL E ESTRUTURA FAMILIAR
4.3.1 A Natureza Jurídica da Multiconjugalidade Consensual
4.3.2 A Proteção das Estruturas Familiares Multiconjugais
4.3.3 Os Retrocessos no Brasil: as Decisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) que Refletem no (Não) Reconhecimento das Multiconjugalidades Consensuais como Estruturas Familiares
4.3.4 Para Além dos Retrocessos: o Reconhecimento Sociojurídico do Poliamor nos EUA
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ANEXOS
ANEXO A
ANEXO B
ANEXO C
ANEXO D