Autor/Autores: Luciano Campos de Albuquerque
ISBN v. impressa: 978652630005-3
ISBN v. digital: 978853629932-7
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 290grs.
Número de páginas: 234
Publicado em: 28/07/2022
Área(s): Direito - Civil - Contratos
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A participação de pessoas vulneráveis protegidas pelo ECA e pelo EPD, principalmente em relações contratuais, historicamente vem sendo rejeitada por parte da doutrina. No entanto, os pequenos negócios do quotidiano, que são os mais comuns na prática diária, sempre tiveram boa aceitação no trato social, sem maiores questionamentos. Adolescentes que celebram um contrato de transporte ao tomar um ônibus para ir à escola, crianças que adquirem algum alimento na lanchonete vizinha, pessoas com deficiência que mesmo antes do EPD já participavam ativamente de alguma atividade econômica; todas as situações jurídicas correntes e aceitas no meio social, mesmo sem a presença de algum representante legal. Ocorre que, apesar de a realidade caminhar em um sentido, o Código Civil permaneceu em outro, eis que a estrutura de atribuição de capacidade de exercício manteve-se genérica e abstrata, prescindindo da verificação sobre as situações concretas das pessoas.
A Lei Brasileira de Inclusão, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, acrescentou ainda maior dificuldade à manutenção de ideias ligadas ao sistema estático de atribuição de capacidade de exercício do Código Civil, eis que estabeleceu capacidade plena a todas as pessoas com deficiência para o exercício pessoal de seus direitos, ainda que sem perfeito discernimento sobre a situação jurídica vivenciada.
O presente trabalho, longe de pretender ser porto de chegada, traz uma proposta que convida ao debate sobre a possibilidade de contratar, a partir do real da situação vivenciada por cada pessoa, tomando-se como base seu discernimento. Nesse caminho inclusivo há que se estabelecer algumas condições suficientes para o exercício pessoal, visando prestigiar o livre desenvolvimento, a necessária proteção e a exteriorização da personalidade, mas sem descurar das expectativas de segurança do tráfico negocial hodierno.
LUCIANO CAMPOS DE ALBUQUERQUE
Mestre em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Especialista em Direito Processual Civil pelo IBEJ. Juiz Substituto em Segundo Grau no TJPR. Obras publicadas: Dissolução Total e Parcial das Sociedades Civis e Comerciais (1999); O Exercício dos Direitos dos Incapazes (2011); Dissolução de Sociedades, 2ª ed. (2015); As Demandas Repetitivas e os Grandes Litigantes (coautor, 2016); Em Busca dos Caminhos Jurídicos e Econômicos para a Superação da Crise (coorganizador, 2016). Autor de artigos publicados em revistas especializadas.
1 NAVEGAR É PRECISO. O PERÍODO MODERNO E A TRANSIÇÃO EM CURSO
1.1 O LEGALISMO DO PERÍODO MODERNO E A REVALORIZAÇÃO DOS COSTUMES Em UMA ORDEM PLURALISTA
1.2 O DIREITO CIVIL DA ÉPOCA MODERNA: UM PROJETO PATRIMONIALISTA E ABSTRATO
1.3 O SISTEMA DA CAPACIDADE DE EXERCÍCIO NO CÓDIGO CIVIL DE 1916 E SUA INTERPRETAÇÃO A PARTIR DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E DO CÓDIGO CIVIL DE 2002
2 O ATUAL SISTEMA DE INCAPACIDADES: ANÁLISE CRÍTICA
2.1 OS MENORES
2.1.1 As Exceções Legais à Regra da Incapacidade dos Menores
2.1.2 Situações Existenciais X Situações Patrimoniais
2.2 PESSOAS QUE, POR CAUSA PERMANENTE OU TRANSITÓRIA, NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE
2.3 ÉBRIOS HABITUAIS, VICIADOS EM TÓXICOS E PRÓDIGOS
2.4 CAPACIDADE PARA CONSENTIR
3 A PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
3.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA: DA ANTIGUIDADE AO PERÍODO CIENTÍFICO
3.2 A CDPD E O MODELO SOCIAL
3.3 AS TENTATIVAS DE IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO SOCIAL
3.4 AS SALVAGUARDAS
4 PRESSUPOSTOS INTERPRETATIVOS
4.1 A INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS E A BUSCA POR UM DIREITO QUE CONTEMPLE A REALIDADE SOCIAL
4.2 ANÁLISE DO DISCERNIMENTO PERANTE A SITUAÇÃO CONCRETA
4.3 A SEGURANÇA JURÍDICA SUBSTANCIAL
4.4 O CUIDADO E OS LIMITES À AUTONOMIA
5 POSSÍVEIS CAMINHOS
6 AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA AS CONTRATAÇÕES CELEBRADAS PELOS VULNERÁVEIS PROTEGIDOS PELO ECA E PELO EPD
6.1 A RELEVÂNCIA DO ELEMENTO VOLITIVO NA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS. A BOA-FÉ OBJETIVA
6.2 BUSCA POR ALTERNATIVAS À TEORIA CLÁSSICA DO NEGÓCIO JURÍDICO
6.3 O PARADIGMA DA COOPERAÇÃO E A PROTEÇÃO CONTRATUAL DO VULNERÁVEL
6.4 A PROTEÇÃO CONTRATUAL DOS VULNERÁVEIS. CONTRATOS CELEBRADOS POR CRIANÇAS, ADOLESCENTES E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU PSÍQUICA
6.5 A VALIDADE DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS REALIZADOS POR INCAPAZES
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS