Autor/Autores: Jackson Borges de Araújo
ISBN: 978652631252-0
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 260grs.
Número de páginas: 210
Publicado em: 02/09/2024
Área(s): Direito - Ensino Jurídico e Metodologia; Direito - Filosofia do Direito; Direito - Teoria Geral do Direito; Filosofia; Literatura e Cultura - Política, História e Filosofia
Prefácio do Prof. Dr. João Maurício Adeodato
O presente estudo visa mostrar que o dogmatismo é um sintoma da “doença da razão”. A doença da razão é a tendência natural compulsiva da razão de pretender ultrapassar as fronteiras da experiência possível e lograr a posse definitiva da verdade absoluta, a “coisa-em-si”, o desvelamento máximo. Essa doença (ânsia permanente de poder), algo que não se mostra, manifesta-se mediante alguns dos possíveis sintomas (algo que se mostra): a) atitude de se isolar e se fechar em total clausura; b) atitude de buscar refúgio em crenças e cosmovisões que propiciem estabilidade e segurança; c) comportamento de fugir de todo tipo de crítica e autocrítica. O dogmatismo é o caminho do encobrimento (do não ser, da não verdade, da falsidade, do disfarce, da enganação) que leva à ocultação da doença da razão e à sua dissimulação na medida em que se tenta fazer o sintoma passar por doença, ou seja, tratar o sintoma como se fosse doença. O dogmatismo como sintoma ajuda a razão transgressora a manter viva a sua doença. Os sintomas possuem uma característica comum: todos eles apresentam uma forte tendência ao encobrimento, à mascaragem (disfarçar com e por meio de “máscaras”). Os sintomas dogmatistas são estratégias engendradas pela própria razão humana para esconder (encobrir) a doença da razão. O dogmatismo não tem compromisso com a verdade no sentido grego de desvelamento. Por isso o dogmatismo, em quaisquer de suas formas de manifestação, induz sempre à diabolicidade e à violência. Em suma, o dogmatismo é a fuga da racionalidade: uma violentação da razão.
JACKSON BORGES DE ARAÚJO
Licenciatura Plena em Filosofia pela Univ. Federal de São João del-Rei (MG); mestrado em Direito Público pela Fac. de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; professor emérito da Escola Superior da Magistratura de Pernambuco – ESMAPE, membro efetivo da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas – APLJ; juiz de direito aposentado, advogado e consultor jurídico na área tributária, com as seguintes obras publicadas: Legitimação da Constituição e soberania popular, Ed. Método, 2006, ICMS – ficção do fato gerador na substituição tributária, Ed. Juarez de Oliveira, 2001, A responsabilidade civil do Estado por danos causados aos agentes econômicos, Ed. Bagaço, 1999, Limitações internacionais à aplicação de normas tributárias nacionais, Ed. Bagaço, 1999, O controle judicial da (in)constitucionalidade da emenda à Constituição, Ed. Inojosa, 1995.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
INTRODUÇÃO
1 O QUE É VERDADE?
1.1 MUTAÇÃO SEMÂNTICA DE SENTIDO DA PALAVRA ΑΛΗΘΕΙΑ
1.2 DO SIGNIFICADO DE "CONFORMIDADE" OU CONCORDÂNCIA ENTRE ENUNCIADO E COISA (ENTE)
1.3 A QUESTÃO DA ESSÊNCIA DA VERDADE
1.3.1 A Interpretação Heideggeriana da Alegoria da Caverna de Platão
1.4 A QUESTÃO DA ESSÊNCIA DA NÃO VERDADE
2 OS LIMITES DA ΑΛΗΘΕΙΑ
2.1 CONSIDERAÇÕES FILOSÓFICAS ACERCA DA POSSIBILIDADE (OU NÃO) DE SE AFERIR OS GRAUS DE DESENCOBRIMENTO E DETERMINAR O DESENCOBERTO MÁXIMO, O ΑΛΗΘΙΝΟΝ
2.2 O CONCEITO E OS LIMITES DA CIÊNCIA
3 DO MITO DA CAVERNA À METÁFORA DO JOGO DO CHICOTE-QUEIMADO
3.1 A METÁFORA DO JOGO DO CHICOTE-QUEIMADO
4 O CARÁTER ANTIDOGMÁTICO DA "VERDADE" COMO DESENCOBRIMENTO
4.1 A QUESTÃO DA "VERDADE" EM KANT
4.2 A ANTIDOGMATICIDADE DA ΑΛΗΘΕΙΑ
5 DOGMATISMO E A DOENÇA DA RAZÃO
ANEXO I - A CAMINHO DE HEIDEGGER
ANEXO II - O PROBLEMA GNOSIOLÓGICO EM KANT
GLOSSÁRIO
ANEXO DO ITEM 2 (GLOSSÁRIO)
REFERÊNCIAS