Prisões da Exceção - Política Penal e Penitenciária no Brasil Contemporâneo
Alessandra Teixeira* Desconto não cumulativo com outras promoções, incluindo P.A.P. e Cliente Fiel
Ficha técnica
Autor(es): Alessandra Teixeira
ISBN: 978853622262-2
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 207grs.
Número de páginas: 192
Publicado em: 23/11/2009
Área(s): Direito - Penal
Sinopse
Este livro aborda o percurso contemporâneo da política penitenciária brasileira, tendo como partida o período da redemocratização – o contexto das reformas legais de 1984 e os esforços no delineamento do sujeito de direito no cárcere – e seus desdobramentos, já a partir dos anos 90, que levariam à contínua derrogação de direitos de presos e acusados e à consolidação de verdadeiros regimes de exceção dentro do sistema carcerário. O período seria marcado por práticas de acentuado arbítrio e violência institucional, que além de levarem ao extermínio centenas de presos, associam-se ainda ao surgimento das organizações criminosas nas prisões no período. Com a criação do RDD em 2001, trazendo novo invólucro ao aparato disciplinador na prisão, promoveu-se um alinhamento definitivo da política penitenciária nacional às novas concepções de crime, criminoso e punição, enterrando-se qualquer aposta ressocializadora ao cárcere.
Autor(es)
Alessandra Teixeira é Advogada; Mestra e doutoranda em sociologia pela FFLCH/USP . É Coordenadora da Comissão do Sistema Prisional do IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). Atuou como advogada da FUNAP (Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso) e pesquisadora em diferentes projetos de pesquisa sobre o funcionamento da justiça criminal e do sistema prisional.
Sumário
Introdução, p. 21
Primeira Parte A PERSISTÊNCIA DA PRISÃO, p. 31
Capítulo I - Uma instituição total em permanente mutação, p. 33
1.1 O advento da prisão, p. 35
1.2 A sociedade disciplinar, o modo de produção fordista e o estado de bem-estar social: uma dimensão includente, p. 42
1.2.1 A docilização dos corpos: a conversão do preso indisciplinado no operário útil, p. 42
1.2.2 O welfare state e seus deslocamentos: da patologia à privação, do tratamento à ressocialização, p. 46
1.3 A derrocada do welfare state, a crise das disciplinas e as novas formas de controle: a perda da dimensão includente, p. 49
1.3.1 Liberdade e controle numa sociedade dual, p. 52
1.3.2 O apagamento da figura moral do criminoso e a incapacitação como finalidade do encarceramento, p. 57
Segunda Parte O SISTEMA PUNITIVO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO, p. 65
Capítulo II - A transição democrática e a reforma penal dos anos 80: o tardio ingresso do ideal ressocializador, p. 67
2.1 O debate sobre as prisões nos anos 80: o resgate da política, p. 67
2.2 A jurisdicionalização da execução da pena: uma disputa pelo estatuto jurídico do preso, p. 73
2.3 A CPI do sistema penitenciário, o novo Código Penal e a primeira Lei de Execuções Penais, p. 78
2.3.1 O processo de institucionalização do debate sobre a questão carcerária (1975-1984), p. 79
2.3.2 A LEP e sua negação, p. 85
2.4 A política de humanização das prisões em São Paulo e seu desfecho: a negação de direitos, p. 91
2.4.1 Os precedentes: a gestão Manoel Pedro Pimentel (1975-79), p. 91
2.4.2 As medidas de humanização da gestão José Carlos Dias e sua oposição (1983-1986), p. 94
Capítulo III - O declínio do ideal ressocializador e a política criminal de exceção a partir dos anos 90, p. 103
3.1 A legislação criminal de urgência e o encarceramento massivo, p. 106
3.1.2 A Lei dos Crimes Hediondos e o Sequestro da Política, p. 108
3.2 O papel do judiciário na política criminal de exceção, p. 113
Capítulo IV - Uma política penitenciária calcada na exceção, p. 123
4.1 A radicalização da violência institucional entre 1987-1994 e sua legitimação, p. 123
4.2 O contexto de surgimento do Primeiro Comando da Capital - o PCC, p. 131
4.2.1 O Centro de Readaptação Penitenciária de Taubaté, o ´Piranhão´, como espaço preferencial da exceção, p. 131
4.2.2 Somos fortes onde o inimigo é fraco, p. 140
4.3 A gestão de Nagashi Furukawa (1999-2006) e a nova racionalidade penitenciária, p. 145
4.3.1 Precedentes: a questão criminal no primeiro mandato de Mario Covas (1995-1998), p. 147
4.3.2 A exceção generalizada do RDD e a ´ressocialização´ dos CRs: dois tempos de uma história, p. 152
4.3.3 A nova LEP de 2003: a soberania administrativa e o novo estatuto jurídico do preso, p. 165
Considerações Finais, p. 177
Referências, p. 181
Índice alfabético
A
- Advento da prisão, p. 35
- Anos 80. Transição democrática e a reforma penal dos 80: o tardio ingresso do ideal ressocializador, p. 67
- Apagamento da figura moral do criminoso e a incapacitação como finalidade do encarceramento, p. 57
B
- Bem-estar social. Sociedade disciplinar, o modo de produção fordista e o estado de bem-estar social: uma dimensão includente, p. 42
- Brasil contemporâneo. Sistema punitivo no Brasil contemporâneo, p. 65
C
- CPI do Sistema Penitenciário, o novo Código Penal e a primeira Lei de Execuções Penais, p. 78
- Cárcere. Processo de Institucionalização do Debate sobre a Questão Carcerária (1975-1984), p. 79
- Centro de Readaptação Penitenciária de Taubaté, o ´Piranhão´, como espaço preferencial da exceção, p. 131
- Código Penal. CPI do Sistema Penitenciário, o novo Código Penal e a primeira Lei de Execuções Penais, p. 78
- Considerações finais, p. 176
- Contexto de surgimento do Primeiro Comando da Capital - o PCC, p. 131
- Controle. Derrocada do welfare state, a crise das disciplinas e as novas formas de controle: a perda da dimensão includente, p. 49
- Controle. Liberdade e controle numa sociedade dual, p. 52
- Crimes hediondos. Lei dos Crimes Hediondos e o Sequestro da Política, p. 108
- Criminalidade. Contexto de surgimento do Primeiro Comando da Capital - o PCC, p. 131
- Criminoso. Apagamento da figura moral do criminoso e a incapacitação como finalidade do encarceramento, p. 57
- Crise das disciplinas. Derrocada do welfare state, a crise das disciplinas e as novas formas de controle: a perda da dimensão includente, p. 49
D
- Debate sobre as prisões nos 80: o resgate da política, p. 67
- Declínio do ideal ressocializador e a política criminal de exceção a partir dos 90, p. 103
- Democracia. Transição democrática e a reforma penal dos 80: o tardio ingresso do ideal ressocializador, p. 67
- Derrocada do welfare state, a crise das disciplinas e as novas formas de controle: a perda da dimensão includente, p. 49
- Deslocamento. Welfare state e seus deslocamentos: da patologia à privação, do tratamento à ressocialização, p. 46
- Dimensão includente. Derrocada do welfare state, a crise das disciplinas e as novas formas de controle: a perda da dimensão includente, p. 49
- Docilização dos corpos: a conversão do preso indisciplinado no operário útil, p. 42
E
- Encarceramento. Apagamento da figura moral do criminoso e a incapacitação como finalidade do encarceramento, p. 57
- Encarceramento. Legislação criminal de urgência e o encarceramento massivo, p. 106
- Estatuto jurídico do preso. Jurisdicionalização da execução da pena: uma disputa pelo estatuto jurídico do preso, p. 73
- Estatuto jurídico do preso. Nova LEP de 2003: a soberania administrativa e o novo estatuto jurídico do preso, p. 165
- Exceção. Política penitenciária calcada na exceção, p. 123
- Exceção generalizada do RDD e a ´ressocialização´ dos CRs: dois tempos de uma história, p. 152
- Execução da pena. Jurisdicionalização da execução da pena: uma disputa pelo estatuto jurídico do preso, p. 73
- Execução penal. LEP e sua negação, p. 85
F
- Figura moral. Apagamento da figura moral do criminoso e a incapacitação como finalidade do encarceramento, p. 57
G
- Gestão. Medidas de humanização da gestão José Carlos Dias e sua oposição (1983-1986), p. 94
- Gestão de Nagashi Furukawa (1999-2006) e a nova racionalidade penitenciária, p. 145
H
- Humanização da gestão. Medidas de humanização da gestão José Carlos Dias e sua oposição (1983-1986), p. 94
- Humanização das prisões. Política de humanização das prisões em São Paulo e seu desfecho: a negação de direitos, p. 91
I
- Ideal ressocializador. Declínio do ideal ressocializador e a política criminal de exceção a partir dos 90, p. 103
- Incapacitação. Apagamento da figura moral do criminoso e a incapacitação como finalidade do encarceramento, p. 57
- Inclusão. Derrocada do welfare state, a crise das disciplinas e as novas formas de controle: a perda da dimensão includente, p. 49
- Instituição total em permanente mutação, p. 33
- Introdução, p. 21
J
- José Carlos Dias. Medidas de humanização da gestão José Carlos Dias e sua oposição (1983-1986), p. 94
- Judiciário. Papel do Judiciário na política criminal de exceção, p. 113
- Jurisdicionalização da execução da pena: uma disputa pelo estatuto jurídico do preso, p. 73
L
- LEP e sua negação, p. 85
- Legislação criminal de urgência e o encarceramento massivo, p. 106
- Lei de execução penal. CPI do Sistema Penitenciário, o novo Código Penal e a primeira Lei de Execuções Penais, p. 78
- Lei dos Crimes Hediondos e o Sequestro da Política, p. 108
- Liberdade e controle numa sociedade dual, p. 52
M
- Mario Covas. Precedentes: a questão criminal no primeiro mandato de Mario Covas (1995-1998), p. 147
- Medidas de humanização da gestão José Carlos Dias e sua oposição (1983-1986), p. 94
- Moral. Apagamento da figura moral do criminoso e a incapacitação como finalidade do encarceramento, p. 57
N
- Nagashi Furukawa. Gestão de Nagashi Furukawa (1999-2006) e a nova racionalidade penitenciária, p. 145
- Negação de direitos. Política de humanização das prisões em São Paulo e seu desfecho: a negação de direitos, p. 91
- Nova LEP de 2003: a soberania administrativa e o novo estatuto jurídico do preso, p. 165
O
- Organização criminosa. Contexto de surgimento do Primeiro Comando da Capital - o PCC, p. 131
- Organização criminosa. Somos fortes onde o inimigo é fraco, p. 140
P
- PCC. Contexto de surgimento do Primeiro Comando da Capital - o PCC, p. 131
- PCC. Somos fortes onde o inimigo é fraco, p. 140
- Papel do Judiciário na política criminal de exceção, p. 113
- Patologia. Welfare state e seus deslocamentos: da patologia à privação, do tratamento à ressocialização, p. 46
- Pena. Jurisdicionalização da execução da pena: uma disputa pelo estatuto jurídico do preso, p. 73
- Penitenciária. Gestão de Nagashi Furukawa (1999-2006) e a nova racionalidade penitenciária, p. 145
- Penitenciária. Política penitenciária calcada na exceção, p. 123
- Persistência da prisão, p. 31
- Política criminal. Declínio do ideal ressocializador e a política criminal de exceção a partir dos 90, p. 103
- Política criminal. Precedentes: a questão criminal no primeiro mandato de Mario Covas (1995-1998), p. 147
- Política criminal de exceção. Papel do Judiciário na política criminal de exceção, p. 113
- Política de humanização das prisões em São Paulo e seu desfecho: a negação de direitos, p. 91
- Política penitenciária calcada na exceção, p. 123
- Precedentes: a gestão Manoel Pedro Pimentel (1975-79), p. 91
- Precedentes: a questão criminal no primeiro mandato de Mario Covas (1995-1998), p. 147
- Prisão. Advento da prisão, p. 35
- Prisão. Persistência da prisão, p. 31
- Prisão. Política de humanização das prisões em São Paulo e seu desfecho: a negação de direitos, p. 91
- Prisão. Uma instituição total em permanente mutação, p. 33
- Privação. Welfare state e seus deslocamentos: da patologia à privação, do tratamento à ressocialização, p. 46
- Processo de Institucionalização do Debate sobre a Questão Carcerária (1975-1984), p. 79
- Produção fordista. Sociedade disciplinar, o modo de produção fordista e o estado de bem-estar social: uma dimensão includente, p. 42
Q
- Questão carcerária. Processo de Institucionalização do Debate sobre a Questão Carcerária (1975-1984), p. 79
- Questão criminal. Precedentes: a questão criminal no primeiro mandato de Mario Covas (1995-1998), p. 147
R
- Racionalidade penitenciária. Gestão de Nagashi Furukawa (1999-2006) e a nova racionalidade penitenciária, p. 145
- Radicalização da violência institucional entre 1987-1994 e sua legitimação, p. 123
- Referências, p. 181
- Reforma penal. Transição democrática e a reforma penal dos 80: o tardio ingresso do ideal ressocializador, p. 67
- Ressocialização. Declínio do ideal ressocializador e a política criminal de exceção a partir dos 90, p. 103
- Ressocialização. Exceção generalizada do RDD e a ´ressocialização´ dos CRs: dois tempos de uma história, p. 152
- Ressocialização. Transição democrática e a reforma penal dos 80: o tardio ingresso do ideal ressocializador, p. 67
- Ressocialização. Welfare state e seus deslocamentos: da patologia à privação, do tratamento à ressocialização, p. 46
S
- São Paulo. Política de humanização das prisões em São Paulo e seu desfecho: a negação de direitos, p. 91
- Sequestro da Política. Lei dos Crimes Hediondos e o Sequestro da Política, p. 108
- Sistema penitenciário. CPI do Sistema Penitenciário, o novo Código Penal e a primeira Lei de Execuções Penais, p. 78
- Sistema punitivo no Brasil contemporâneo, p. 65
- Soberania administrativa. Nova LEP de 2003: a soberania administrativa e o novo estatuto jurídico do preso, p. 165
- Sociedade. Liberdade e controle numa sociedade dual, p. 52
- Sociedade. Sociedade disciplinar, o modo de produção fordista e o estado de bem-estar social: uma dimensão includente, p. 42
- Sociedade disciplinar, o modo de produção fordista e o estado de bem-estar social: uma dimensão includente, p. 42
T
- Transição democrática e a reforma penal dos 80: o tardio ingresso do ideal ressocializador, p. 67
U
- Uma instituição total em permanente mutação, p. 33
- Urgência. Legislação criminal de urgência e o encarceramento massivo, p. 106
W
- Welfare state. Derrocada do welfare state, a crise das disciplinas e as novas formas de controle: a perda da dimensão includente, p. 49
- Welfare state e seus deslocamentos: da patologia à privação, do tratamento à ressocialização, p. 46
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