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Justiça e Espírito de Vingança - O que se quer quando se pede por justiça e o ressentimento do homem atual

Érika Figueiredo Reis

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Ficha técnica

Autor(es): Érika Figueiredo Reis

ISBN v. impressa: 978853625011-3

ISBN v. digital: 978853626345-8

Acabamento: Brochura

Formato: 15,0x21,0 cm

Peso: 258grs.

Número de páginas: 208

Publicado em: 11/02/2015

Área(s): Psicologia - Jurídica; Psicologia - Diversos

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Sinopse

A partir das obras de Friedrich Nietzsche e Michel Foucault, a presente obra empreende uma genealogia da formação do homem do ressentimento e do espírito de vingança, cuja atualidade pode ser identificada no funcionamento dos sistemas estatais de justiça e em todos os aparelhos e produções subjetivas que a eles se ligam e neles se apoiam, e que não cessam de produzir e promover a proliferação dos clamores justiceiros, a sede de punição e o ódio às diferenças.

O estudo começa pela análise da genealogia nietzscheana da moral e da justiça e segue abordando a criação da noção de sujeito de direito, salientando o histórico da produção de sujeitos, a emergência das práticas psi, o nascimento das noções de dever e direito, a invenção do conceito de livre-arbítrio, as características do tipo nietzscheano do sacerdote, sua associação com o florescimento do ressentimento, e, ainda, como certas práticas de vingança surgem mascaradas de justiça. Posteriormente, o foco recai nas práticas punitivas e na produção do escândalo com a chamada impunidade, colocando em relevo o enredamento das pessoas nos processos jurídicos.

Finalmente, a análise se encerra com a possibilidade de criação de práticas de resistência e com a proposta de se pensar uma nova ideia de justiça, contra julgamentos moralizadores e convicções cristalizadas. Um querer justiça que tem a coragem da verdade, porque acompanha a multiplicidade do real, a efetividade em devir, a totalidade da existência; desejando-a e afirmando-a trágica e alegremente.

Autor(es)

ÉRIKA FIGUEIREDO REIS

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia: Subjetividade, Política e Exclusão Social pela Universidade Federal Fluminense - UFF. Mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social e bacharel em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Pós-graduada em Psicologia Jurídica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Especialista em Violência Doméstica pela Universidade de São Paulo - USP. Psicóloga do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro desde 1999, com atuações em Juizados de Infância e Juventude e Varas de Família. Autora do livro Varas de Família - Um Encontro entre Psicologia e Direito, Juruá Editora, 2009.

Sumário

UM DIAGNÓSTICO DO PRESENTE, p. 21

I - A GENEALOGIA NIETZSCHEANA DA MORAL E DA JUSTIÇA, p. 37

1.1 Moralidade dos Costumes, Memória da Vontade, Má Consciência e Crueldade, p. 40

1.2 O Terreno Jurídico-Econômico da Troca e as Ideias de Moralidade e Justiça, p. 45

II - A CRIAÇÃO DA NOÇÃO DE SUJEITO DE DIREITO, p. 49

2.1 As Práticas Psi e o Governo por Individualização, p. 56

2.1.1 Biopolítica e poder de normalização, p. 65

2.2 Do Dever e do Direito, p. 70

2.3 Do Livre-Arbítrio à Punição, p. 79

2.4 O Tipo Sacerdote, o Tipo Padre, o Ressentido, p. 93

2.5 A Justiça como Máscara da Vingança, p. 103

III - DAS PRÁTICAS PUNITIVAS À PRODUÇÃO DO ESCÂNDALO DA IMPUNIDADE, p. 113

3.1 O Enredamento no Processo, p. 118

3.1.1 Modoempresarial de captura, p. 130

3.2 O Elogio da Vítima e o Endurecimento do Direito Penal, p. 136

3.3 A Gestação da Ideia de "Justiça Infinita":, p. 152

IV- O POSSÍVEL É O FUTURO DO IMPOSSÍVEL, p. 161

4.1 Resistirnão é Reagir, mas Criar, p. 163

4.2 Uma Arte da Memória e do Esquecimento, p. 167

4.3 Por Uma Outra Ideia de Justiça, p. 176

4.3.1 A coragem da verdade, p. 180

RECOMECEMOS!, p. 189

REFERÊNCIAS, p. 197

Índice alfabético

B

Biopolítica e poder de normalização, p. 65

C

Coragem da verdade, p. 180
Costume. Moralidade dos costumes, memória da vontade, má consciência e crueldade, p. 40
Criação da noção de sujeito de direito, p. 49
Crueldade. Moralidade dos costumes, memória da vontade, má consciên-cia e crueldade, p. 40

D

Dever e direito, p. 70
Direito. Dever e direito, p. 70

E

Esquecimento. Uma arte da memória e do esquecimento, p. 167

G

Genealogia nietzscheana da moral e da justiça, p. 37
Governo. Práticas psi e o governo por individualização, p. 56

I

Impunidade. Elogio da vítima e o endurecimento do direito penal, p. 136
Impunidade. Enredamento no processo, p. 118
Impunidade. Gestação da ideia de "justiça infinita":, p. 152
Impunidade. Modo empresarial de captura, p. 130
Impunidade. Práticas punitivas à produção do escândalo da impunidade, p. 113
Individualização. Práticas psi e o governo por individualização, p. 56

J

Justiça como máscara da vingança, p. 103
Justiça. Genealogia nietzscheana da moral e da justiça, p. 37
Justiça. Por uma outra ideia de justiça, p. 176
Justiça. Terreno jurídico-econômico da troca e as ideias de moralidade e justiça, p. 45

L

Livre-arbítrio à punição, p. 79

M

Má consciência. Moralidade dos costumes, memória da vontade, má consciência e crueldade, p. 40
Memória. Moralidade dos costumes, memória da vontade, má consciência e crueldade, p. 40
Memória. Uma arte da memória e do esquecimento, p. 167
Moral. Genealogia nietzscheana da moral e da justiça, p. 37
Moralidade dos costumes, memória da vontade, má consciência e crueldade, p. 40
Moralidade. Terreno jurídico-econômico da troca e as ideias de moralida-de e justiça, p. 45

N

Nietzsche. Genealogia nietzscheana da moral e da justiça, p. 37
Normalização. Biopolítica e poder de normalização, p. 65

P

Padre. Tipo sacerdote, o tipo padre, o ressentido, p. 93
Possível é o futuro do impossível, p. 161
Práticas psi e o governo por individualização, p. 56
Práticas punitivas à produção do escândalo da impunidade, p. 113
Presente. Um diagnóstico do presente, p. 21
Psi. Práticas psi e o governo por individualização, p. 56
Punição. Livre-arbítrio à punição, p. 79
Punição. Práticas punitivas à produção do escândalo da impunidade, p. 113

R

Reagir. Resistir não é reagir, mas criar, p. 163
Recomecemos!, p. 189
Referências, p. 197
Resistir não é reagir, mas criar, p. 163
Ressentido. Tipo sacerdote, o tipo padre, o ressentido, p. 93

S

Sacerdote. Tipo sacerdote, o tipo padre, o ressentido, p. 93
Sujeito de direito. Criação da noção de sujeito de direito, p. 49

T

Terreno jurídico-econômico da troca e as ideias de moralidade e justiça, p. 45

U

Um diagnóstico do presente, p. 21
Uma arte da memória e do esquecimento, p. 167

V

Verdade. Coragem da verdade, p. 180
Vingança. Justiça como máscara da vingança, p. 103
Vontade. Moralidade dos costumes, memória da vontade, má consciência e crueldade, p. 40