Menina-Espelho, A - Lugar de Encontro dos Pais - Coleção A Quem Pertence uma Criança?
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Ficha técnica
Autor(es): Marlene Iucksch
ISBN v. impressa: 978853626101-0
ISBN v. digital: 978853626133-1
Acabamento: Brochura
Formato: 15,0x21,0 cm
Peso: 327grs.
Número de páginas: 264
Publicado em: 18/08/2016
Área(s): Direito - Civil - Direito de Família; Psicologia - Família e Adoção; Sociologia
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Sinopse
Esta obra retraça o percurso da menina Juliette no sistema de proteção à infância na França. Levando em conta a equivalência do direito dos pais e direitos da criança, confrontados à situação de perigo para Juliette, ao grave sofrimento psíquico do pai, à “patologia relacional” dos pais, as instâncias judiciárias se embaraçam.
A autora, psicóloga num serviço mandatado pelo Tribunal das Crianças de Paris, relata o trabalho realizado com a criança e seus pais, durante cerca de cinco anos, em equipe multidisciplinar. Será obrigada a inventar cada etapa da sua intervenção, postulando hipóteses, orientando a sua posição clínica, num contexto institucional codificado pela justiça. Será necessário ouvir a criança e ajudá-la a entender os riscos, as ardilezas em que se encontra, o teatro em que atuam seus pais e ela mesma, relevando os efeitos da sua singularidade subjetiva. Trata-se de um relato vivo sobre os acontecimentos que se acumulam, uma discussão de caso clínico e reflexão sobre o universo institucional que abrigou esse trabalho na encruzilhada do educativo, do jurídico e da psicanálise. O caso escolhido para este livro retrata também uma problemática bastante atual nas sociedades modernas: multiplicidade de vínculos familiares, separações e conflitos, além das questões próprias à sexualidade da criança e do adolescente.
Este livro é direcionado para estudantes e pesquisadores em diferentes áreas: juristas (magistrados, promotores), assistentes sociais, clínicos (psiquiatras, psicólogos, psicanalistas), pedagogos, professores, educadores, sociólogos, antropólogos, conselheiros tutelares, diretores de instituições e responsáveis por programas e projetos na área da família, infância e adolescência.
COLEÇÃO A QUEM PERTENCE UMA CRIANÇA?
A criança da sociedade moderna ocidental ocupa o lugar que antes era dedicado ao casal. A estabilidade até então esperada nos laços conjugais desloca- -se sobre os vínculos de filiação. Tanto o homem quanto a mulher reivindicam seu filho, sua filha para si, de maneira irrevocável, imprescritível. Representaria a criança o único vínculo definitivo, aquilo que não se perde?
À criança almejada, objeto de disputas, de amor infinito, nunca suficientemente outorgado, corresponde outra criança, em busca de ser acolhida e reconhecida no desejo dos pais, no lugar legítimo que a sociedade lhe deve.
A coleção “A quem pertence uma criança?” procura levar ao público profissional, obras de outros profissionais de diferentes áreas, bem como universitários e pesquisadores, que trabalham nas múltiplas faces dessas discussões fundamentais de nossa época.
A coleção inscreve-se num projeto à dimensão internacional, apoiada na ética da psicanálise, aberta a outros campos disciplinares para assim melhor aproximar as questões próprias aos vínculos entre pais e filhos.
Autor(es)
MARLENE IUCKSCH
Psicóloga e Psicanalista. Especialista em Psicologia Clínica e Relações Familiares pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e Universidade Paris 5, França. Psicóloga atuante na área clínica e na rede psiquiátrica do Brasil (RJ) e da França. Desde 1992 atua enquanto Psicóloga em serviço convencionado com o Tribunal das Crianças de Paris, França. Professora na Graduação de Serviço Social, Educadores Especializados e Educadores da Primeira Infância no Institut de Formation en Travail Social – Hôpital Pitié Salpêtrière e Centre de Formation St. Honoré, Paris, França. Formadora de profissionais para a proteção à infância no Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas) e na França. Membro da Association Lacanienne Internationale.
Sumário
Introdução, p. 31
PRIMEIRA PARTE - O Pai, p. 41
Primeira hipótese: "É preciso trabalhar com o pai", p. 43
A origem dos problemas, p. 47
Ao encontro dos enigmas, p. 51
Avaliação do problema, p. 55
Singularidade da psicóloga na medida educativa, p. 59
Nota ao Tribunal das Crianças, p. 63
Abusos sexuais - a criança exposta à certeza do adulto, p. 65
A circulação do erotismo, p. 75
Final do primeiro mandato - a avaliação da primeira hipótese, p. 79
A fragilidade das decisões de Justiça ou a arte de caminhar em areia movediça - Segunda hipótese: o trabalho com o pai e a filha, p. 85
As verdades de Juliette, p. 87
O apelo do pai à "Justiça Suprema", p. 91
A recusa do sofrimento psíquico, p. 93
Gozar do corpo da criança ou gozar da criança pela posse do corpo?, p. 95
O (des)casal de pais, p. 99
A escuta do pai e da filha, p. 101
Como assegurar à Juliette a escuta da sua própria palavra?, p. 107
Episódio "escola" - um outro palco, o teatro surrealista dos pais, p. 109
O preço da alienação da criança ao discurso paterno, p. 111
Entre o pai e a filha - como situar minha própria palavra?, p. 113
O "direito" ao rapto, p. 115
SEGUNDA PARTE - A Filha, p. 119
Juliette, primeiro encontro, p. 121
Três semanas mais tarde - segundo encontro com Juliette, p. 125
Vingança e contravingança, p. 129
"Quem é o dono de Juliette?", p. 131
A impotência da palavra diante da onipotência do outro, p. 133
Decisões de justiça - paradoxos e contradições, p. 135
Uma questão insiste: "Qual é o trabalho possível com o pai?", p. 137
No teatro da justiça - "Eu sou a juíza", p. 139
Entre o Juiz de Assuntos Familiares e o Juiz do Tribunal das Crianças - Domicílio alternado - o peso e o preço da igualdade, p. 143
Mais uma decisão que não se inscrevia, p. 149
Juliette e seus bebês tirânicos (cena 1), p. 151
Proteção à infância ou social prestador de serviços?, p. 153
Juliette e seus bebês tirânicos (cena 2), p. 157
Mudança de rumos?, p. 161
"Eles estão perdidos", p. 165
Por enquanto, a roda da fortuna, p. 167
"É verdade, o papai não mente!", p. 169
Entre duas princesas, p. 171
Vertigem na Roda da Fortuna, p. 177
Avaliação de um ano de residência alternada, p. 181
A decisão da juíza "Rocha", p. 183
A criança privada do pai, p. 185
A decisão da "juíza Rocha"- três meses mais tarde, p. 189
A arquitetura do castelo e a roda dos contos de fada, p. 191
Dois porquinhos e Chapeuzinho Vermelho, p. 201
O rapto consentido da princesa, p. 205
O que não cessa de não se escrever (I), p. 207
Da aceitação à revolta, p. 209
Um ano de separação pai-filha: o começo do fim do trabalho, p. 213
Ou apenas o recomeço?, p. 215
Juliette na cena da sedução, p. 217
TERCEIRA PARTE - A Mãe, p. 219
Mãe e filha, o preço da simetria, p. 221
Desconhecendo-se, p. 223
Esboço de parcialidade?, p. 225
Mãe e filha, mudança de posições, p. 227
O que não cessa de não se escrever (II), p. 231
Dois porquinhos e Chapeuzinho Vermelho (cena 2), p. 233
Convite ao dispositivo escópico?, p. 235
Au revoir, p. 241
Conclusão, p. 243
Après-coup, p. 255
Referências, p. 257
Índice alfabético
A
- A fragilidade das decisões de Justiça ou a arte de caminhar em areia mo-vediça. Segunda hipótese: o trabalho com o pai e a filha, p. 85
- Abusos sexuais. A criança exposta à certeza do adulto, p. 65
- Aceitação à revolta, p. 209
- Acompanhamento. Por enquanto, a roda da fortuna, p. 167
- Acompanhamento. "Eles estão perdidos", p. 165
- Alienação. Preço da alienação da criança ao discurso paterno, p. 111
- Apelo do pai à "Justiça Suprema", p. 91
- Après-coup, p. 255
- Au revoir, p. 241
- Avaliação de um ano de residência alternada, p. 181
C
- Casamento. O (des)casal de pais, p. 99
- Circulação do erotismo, p. 75
- Comportamento. A arquitetura do castelo e a roda dos contos de fada, p. 191
- Comportamento. Convite ao dispositivo escópico?, p. 235
- Comportamento. Dois porquinhos e Chapeuzinho Vermelho, p. 201
- Comportamento. Dois porquinhos e Chapeuzinho Vermelho (cena 2), p. 233
- Comportamento. Entre duas princesas, p. 171
- Comportamento. O que não cessa de não se escrever (I), p. 207
- Comportamento. O que não cessa de não se escrever (II), p. 231
- Comportamento. O rapto consentido da princesa, p. 205
- Conclusão, p. 243
- Conhecimento. Desconhecendo-se, p. 223
- Contradição. Decisões de justiça. Paradoxos e contradições, p. 135
- Contravingança. Vingança e contravingança, p. 129
- Corpo. Gozar do corpo da criança ou gozar da criança pela posse do cor-po?, p. 95
- Criança privada do pai, p. 185
- Criança. Gozar do corpo da criança ou gozar da criança pela posse do corpo?, p. 95
- Criança. Preço da alienação da criança ao discurso paterno, p. 111
D
- Decisões de justiça. Paradoxos e contradições, p. 135
- Discurso paterno. Preço da alienação da criança ao discurso paterno, p. 111
- Domicílio alternado. Avaliação de um ano de residência alternada, p. 181
- Domicílio alternado. Entre o Juiz de Assuntos Familiares e o Juiz do Tri-bunal das Crianças - domicílio alternado - o peso e o preço da igualdade, p. 143
E
- Encontro com Juliette. Três semanas mais tarde. Segundo encontro com Juliette, p. 125
- Enigma. Ao encontro dos enigmas, p. 51
- Entre o Juiz de Assuntos Familiares e o Juiz do Tribunal das Crianças - domicílio alternado - o peso e o preço da igualdade, p. 143
- Entre o pai e a filha. Como situar minha própria palavra?, p. 113
- Erotismo. Circulação do erotismo, p. 75
- Escola. Episódio "escola" - um outro palco, o teatro surrealista dos pais, p. 109
- Escuta do pai e da filha, p. 101
- Escuta. Como assegurar à Juliette a escuta da sua própria palavra?, p. 107
- Exposição da criança. Abusos sexuais. A criança exposta à certeza do adulto, p. 65
F
- Família. Entre o Juiz de Assuntos Familiares e o Juiz do Tribunal das Cri-anças - domicílio alternado - o peso e o preço da igualdade, p. 143
- Filha. A fragilidade das decisões de Justiça ou a arte de caminhar em areia movediça. Segunda hipótese: o trabalho com o pai e a filha, p. 85
- Filha. Escuta do pai e da filha, p. 101
- Filha. Mãe e filha, mudança de posições, p. 227
- Filha. Mãe e filha, o preço da simetria, p. 221
- Filha. Segunda parte - A Filha, p. 119
- Final do primeiro mandato. A avaliação da primeira hipótese, p. 79
- Fragilidade das decisões de Justiça ou a arte de caminhar em areia move-diça. Segunda hipótese: o trabalho com o pai e a filha, p. 85
G
- Gozar do corpo da criança ou gozar da criança pela posse do corpo?, p. 95
I
- Igualdade. Entre o Juiz de Assuntos Familiares e o Juiz do Tribunal das Crianças - domicílio alternado - o peso e o preço da igualdade, p. 143
- Impotência da palavra diante da onipotência do outro, p. 133
- Infância. Proteção à infância ou social prestador de serviços?, p. 153
- Introdução, p. 31
J
- Juliette e seus bebês tirânicos (cena 1), p. 151
- Juliette e seus bebês tirânicos (cena 2), p. 157
- Juliette na cena da sedução, p. 217
- Juliette, primeiro encontro, p. 121
- Juliette. Verdades de Juliette, p. 87
- Juliette. "Quem é o dono de Juliette?", p. 131
- Justiça. A decisão da juíza "Rocha", p. 183
- Justiça. A decisão da "juíza Rocha" - três meses mais tarde, p. 189
- Justiça. A fragilidade das decisões de Justiça ou a arte de caminhar em areia movediça. Segunda hipótese: o trabalho com o pai e a filha, p. 85
- Justiça. Decisões de justiça. Paradoxos e contradições, p. 135
- Justiça. Mais uma decisão que não se inscrevia, p. 149
- Justiça. No teatro da justiça - "Eu sou a juíza", p. 139
- "Justiça Suprema". Apelo do pai à "Justiça Suprema", p. 91
M
- Mãe e filha, mudança de posições, p. 227
- Mãe e filha, o preço da simetria, p. 221
- Mãe. Terceira parte - A Mãe, p. 219
- Mandato. Final do primeiro mandato. A avaliação da primeira hipótese, p. 79
- Medida educativa. Singularidade da psicóloga na medida educativa, p. 59
N
- Nota ao Tribunal das Crianças, p. 63
O
- Onipotência do outro. Impotência da palavra diante da onipotência do outro, p. 133
P
- Pai. A fragilidade das decisões de Justiça ou a arte de caminhar em areia movediça. Segunda hipótese: o trabalho com o pai e a filha, p. 85
- Pai. Apelo do pai à "Justiça Suprema", p. 91
- Pai. Escuta do pai e da filha, p. 101
- Pai. Primeira hipótese: "É preciso trabalhar com o pai", p. 43
- Pai. Primeira parte - O Pai, p. 41
- Pai. Uma questão insiste: "Qual é o trabalho possível com o pai?", p. 137
- Pai. "É verdade, o papai não mente!", p. 169
- Palavra. Impotência da palavra diante da onipotência do outro, p. 133
- Paradoxo. Decisões de justiça. Paradoxos e contradições, p. 135
- Parcialidade. Esboço de parcialidade?, p. 225
- Preço da alienação da criança ao discurso paterno, p. 111
- Primeira parte - O Pai, p. 41
- Problema. Avaliação do problema, p. 55
- Problemas. A origem dos problemas, p. 47
- Proteção à infância ou social prestador de serviços?, p. 153
- Psicóloga. Singularidade da psicóloga na medida educativa, p. 59
R
- Rapto. O "direito" ao rapto, p. 115
- Recomeço. Ou apenas o recomeço?, p. 215
- Recusa do sofrimento psíquico, p. 93
- Referências, p. 257
- Revolta. Aceitação à revolta, p. 209
- Rumo. Mudança de rumos?, p. 161
S
- Sedução. Juliette na cena da sedução, p. 217
- Segunda parte - A Filha, p. 119
- Separação. Um ano de separação pai-filha: o começo do fim do trabalho, p. 213
- Simetria. Mãe e filha, o preço da simetria, p. 221
- Singularidade da psicóloga na medida educativa, p. 59
- Sofrimento psíquico. Recusa do sofrimento psíquico, p. 93
T
- Terceira parte - A Mãe, p. 219
- Tribunal das Crianças. Entre o Juiz de Assuntos Familiares e o Juiz do Tribunal das Crianças - domicílio alternado - o peso e o preço da igualdade, p. 143
- Tribunal das Crianças. Nota ao Tribunal das Crianças, p. 63
V
- Verdades de Juliette, p. 87
- Vertigem na roda da fortuna, p. 177
- Vingança e contravingança, p. 129
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